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CLP: entenda a tecnologia que garante a qualidade na indústria de alimentos

O Controlador Lógico Programável (CLP) é essencial para garantir a precisão, segurança e rastreabilidade na produção de bebidas e alimentos. Saulo de Siqueira, especialista do Senai, explica como o dispositivo funciona.

O CLP deve unir produtividade, qualidade e segurança

Você já parou para pensar como uma fábrica garante que cada garrafa de suco tenha exatamente o mesmo sabor e seja perfeitamente segura para o consumo? A resposta está em um equipamento que funciona como o centro de comando de toda a linha de produção: o Controlador Lógico Programável, mais conhecido como CLP.

Para desvendar o papel dessa tecnologia, a Itatiaia conversou com Saulo Lopes de Siqueira, especialista em Automação Industrial e instrutor de formação profissional do Senai, que explicou de forma clara como esse dispositivo funciona.

O que é o CLP, o ‘cérebro’ por trás de tudo?

De forma simples e direta, “o CLP é como o ‘cérebro’ da automação industrial” , define Siqueira. Ele recebe informações de sensores espalhados pela linha de produção e, com base no que foi programado, decide quais ações devem ser executadas.

Na prática, é ele quem dá as ordens para que a mágica da produção aconteça. Por exemplo:

  • Ele aciona os motores que movimentam as garrafas nas esteiras.
  • Controla ventiladores ou sistemas de aquecimento para manter a temperatura ideal.
  • Acende luzes de status que avisam se uma máquina está operando, parada ou em manutenção.

Toda essa lógica é desenhada por profissionais de automação, que adaptam o CLP para as necessidades de cada fábrica .

Como o CLP vira um guardião da qualidade nos alimentos

Na indústria alimentícia, onde o controle de higiene e temperatura é absoluto, o CLP se torna um verdadeiro guardião da qualidade . “A programação de um CLP contribui para isso de várias formas” , aponta o especialista.

Um exemplo prático é o controle de temperatura. “Se um processo precisa ocorrer a
17∘C com variação de ±5∘C, o CLP monitora continuamente. Se ultrapassar 22∘C ou cair abaixo de 12∘C, gera um alarme e aciona sistemas de correção” , detalha Siqueira.

O CLP também garante que as receitas sejam seguidas com precisão militar, dosando cada ingrediente corretamente , e permite rastrear um lote de produto do início ao fim, o que é vital para auditorias e segurança . “Assim, o CLP não apenas aumenta a eficiência, mas também assegura que o alimento chegue ao consumidor com a qualidade esperada”, reforça.

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Os desafios: não basta apenas programar

Engana-se quem pensa que o trabalho é apenas técnico. Programar um CLP para a indústria de alimentos exige uma atenção redobrada com normas e segurança, já que uma falha pode comprometer um lote inteiro.

Siqueira destaca os principais pontos de atenção:

  • Leis e regulamentações: O sistema precisa atender às exigências da Anvisa e a normas de segurança como a NR10 e a NR12.
  • Segurança do operador: É fundamental prever paradas de emergência e barreiras de proteção para quem opera as máquinas.
  • Processo à prova de falhas: A programação deve ser robusta para evitar interrupções, alarmes falsos e paradas inesperadas.

“Em resumo, o CLP deve unir produtividade, qualidade e segurança, garantindo que cada garrafa de suco chegue ao consumidor dentro dos padrões”, conclui o instrutor.

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Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa Jornalismo e escreve sobre Cultura e Indústria no portal da Itatiaia. Apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema, Amanda é mãe do Joaquim.