As Boas Práticas de Fabricação (BPF) são um conjunto de procedimentos higiênico-sanitários e operacionais aplicados em todas as etapas da produção de alimentos, desde a recepção da matéria-prima até a distribuição do produto final.
No Brasil, essas práticas são regulamentadas pela RDC nº 275/2002 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Portaria nº 368/1997 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), garantindo padrões mínimos de segurança alimentar.
Para Flávia Luísa Callegari Rodrigues, Analista de Tecnologia do Senai de Uberaba (MG), “as BPF são fundamentais para prevenir contaminações físicas, químicas e microbiológicas, estabelecer padrões de higiene e organização na indústria e servir como pré-requisito para sistemas mais avançados, como o APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle)”.
Segurança alimentar como prioridade
A aplicação correta das BPF cria barreiras preventivas contra riscos que podem comprometer a saúde do consumidor. Entre as medidas destacadas por Flávia estão:
- Controle de matérias-primas e fornecedores, evitando insumos contaminados;
- Treinamento de manipuladores, reduzindo falhas humanas;
- Higienização de equipamentos e utensílios, prevenindo contaminações cruzadas;
- Padronização dos processos produtivos, assegurando qualidade consistente;
- Monitoramento ambiental e estrutural, minimizando riscos de pragas e microrganismos.
“Essas medidas garantem que o consumidor receba um alimento seguro, de qualidade e em conformidade com a legislação”, explica a especialista à Itatiaia.
Consequências da negligência
Indústrias que não seguem as BPF podem enfrentar problemas sérios, como contaminações cruzadas, presença de corpos estranhos, crescimento microbiano e surtos de doenças transmitidas por alimentos.
Além do risco à saúde pública, há impacto econômico e legal, incluindo multas, interdições, recalls e perdas financeiras, além de danos irreparáveis à imagem da empresa.
Por outro lado, investir em boas práticas traz benefícios significativos. Internamente, há redução de desperdícios, padronização da produção e diminuição de custos com retrabalho.
Externamente, a empresa ganha confiança do consumidor, fortalece sua marca e se diferencia no mercado. Legalmente, a conformidade com Anvisa, Mapa e normas internacionais facilita exportações, enquanto socialmente contribui para a saúde pública e a segurança alimentar.
Ferramentas para garantir a conformidade
Flávia destaca algumas ferramentas práticas que auxiliam na manutenção das BPF:
- Manuais e Procedimentos Operacionais Padrão (POPs);
- Checklists de inspeção e auditorias internas;
- Capacitação contínua de colaboradores;
- Programas de higienização de equipamentos e ambientes;
- Controle integrado de pragas;
- Monitoramento de água e ar, conforme padrões microbiológicos;
- Rastreabilidade e registros de processos;
- Aplicação da Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle para identificar pontos críticos de controle.
Segundo a especialista, a combinação dessas medidas forma a base de um ambiente industrial seguro e confiável, protegendo tanto os consumidores quanto a própria empresa.
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