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Dólar sobe para R$ 5,36 com dados do PIB dos Estados Unidos

Economia americana acelerou no segundo trimestre do ano e dólar teve valorização generalizada global

Índice que compara a força do dólar com outras seis moedas teve uma valorização de 0,64%

O dólar emplacou a segunda alta seguida, nesta quinta-feira (25), fechando o pregão em R$ 5,36, uma valorização de 0,69% frente ao real. A moeda americana teve uma alta global, com os investidores repercutindo novos dados do Produto Interno Bruto (PIB) e dos níveis de emprego dos Estados Unidos.

O índice DXY, que compara a força do dólar com outras seis moedas, teve uma valorização de 0,64%, e fechou a 98,5 pontos. Na última semana, o câmbio valorizou cerca de 0,94% frente ao real.

Segundo o analista de inteligência de mercado da StoneX, Leonel Mattos, o avanço generalizado da moeda ocorreu após a divulgação de dados da economia americana no 2º trimestre. “O crescimento anualizado foi revisado para 3,8%, acima da estimativa mediana de 3,3% e da retração de 0,5% registrada no primeiro trimestre”, destacou.

Ele explicou que os números são importantes no momento em que os diretores do Federal Reserve, o banco central americano, acenam para uma cautela maior no corte de juros e reforçam sua dependência para definir os próximos passos da política monetária.

“A confirmação da recuperação da economia americana reduz, ao menos por ora, os temores de uma desaceleração mais acentuada. Esse cenário diminuiu as apostas em cortes mais rápidos de juros e, consequentemente, sustentou o fortalecimento do dólar no mercado global”, destacou.

Na última quarta-feira (17), o Federal Reserve promoveu o primeiro corte da taxa de juros no ano, em 0,25 ponto percentual. A autoridade monetária levou o intervalo da taxa para entre 4% e 4,25% ao ano, com a preocupação de uma desaceleração do mercado de trabalho.

Também nesta quinta, os números do Departamento do Trabalho, mostraram que menos americanos entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego na semana passada. Os pedidos caíram para 218 mil, enquanto a expectativa do mercado era 235 mil.

Ibovespa fecha em queda de 0,81%

A bolsa brasileira teve uma queda acentuada de 0,81%, com o Ibovespa, índice das principais empresas listadas na B3, batendo os 145.306,23 pontos. O principal motivo do recuo dos investidores também está relacionado com os Estados Unidos, mas os dados da prévia da inflação no Brasil ainda tiveram peso.

Nesta quinta-feira, o Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) fechou setembro com alta de 0,48% puxado pela alta do preço da energia elétrica.

Dentre os grupos de preços apurados, a habitação teve a maior alta da medição, chegando em 3,31% em setembro, um impacto de 0,50 ponto percentual na inflação. Dentro do item, o maior impacto individual no índice do mês veio da energia elétrica residencial (0,47 p.p), que subiu com o fim do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas de agosto.

Cabe lembrar que, em agosto, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) passou a bandeira tarifária para o patamar vermelho 2, adicionando R$ 7,87 para cada 100 quilowatts-hora (kWh). Segundo a entidade, o maior uso de energia das usinas termelétricas é necessário por causa da falta de chuvas nos reservatórios hidrelétricos.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.