O tratamento e o
Viabilidade técnica e segurança geotécnica
A viabilidade de reprocessar rejeitos de barragens antigas depende principalmente da mineralogia, do teor residual e da segurança estrutural do reservatório. Faria explica que muitos rejeitos históricos apresentam granulometria fina e teores intermediários, que antes não justificavam recuperação, mas hoje se tornam aproveitáveis com tecnologias mais eficientes. Ele ressalta, contudo, que qualquer intervenção exige extremo cuidado geotécnico, já que a retirada de material pode alterar tensões internas e comprometer a estabilidade da barragem.
O especialista destaca que o reaproveitamento não se limita à recuperação de metais. Rejeitos estáveis e bem caracterizados podem ser aplicados na produção de cimento, cerâmica, blocos, argamassas, pavimentação e concretos não estruturais.
No entanto, há barreiras a vencer, como o enquadramento normativo, a comprovação de desempenho mecânico e a necessidade de assegurar que não ocorra lixiviação ou mobilização de contaminantes. “O reaproveitamento complementa a responsabilidade ambiental, não a substitui”, afirma o coordenador.
Desaguamento e empilhamento a seco
Na área de desaguamento, tecnologias como espessamento de alta densidade, filtração e
Essas estratégias também impactam diretamente o plano de fechamento de mina. Ao tratar e reprocessar parte dos rejeitos, as empresas conseguem reduzir o volume em barragens, acelerar a reabilitação ambiental e diminuir os passivos de longo prazo. Em alguns casos, o reaproveitamento melhora o desempenho geotécnico das áreas, favorecendo coberturas e drenagens mais seguras.
Desafios técnicos e integração com novas operações
Entre os desafios técnicos, Faria cita a variabilidade dos rejeitos, a presença de contaminantes e a necessidade de compatibilizar qualquer intervenção com a estabilidade das estruturas existentes. Ele observa que novas minas têm vantagem por permitir, desde o planejamento inicial, a integração entre desaguamento, empilhamento, reaproveitamento e economia circular, o que reduz custos e amplia as possibilidades de uso industrial.
Para o coordenador do CIT Senai ITR, o futuro da mineração passa por entender os rejeitos como parte do ciclo produtivo. “Quando tratamos o rejeito com rigor técnico, caracterizando e avaliando riscos, conseguimos transformar parte desse material em oportunidade, avançando em segurança e sustentabilidade”, conclui.
Implemente soluções sustentáveis para transformar passivos ambientais em valor econômico.