No setor mineral do Brasil, o que antes era visto como rejeito agora passa a ser tratado como recurso. Algumas empresas minerárias, como a Vale, Itaminas e Gerdau, já adotam práticas de circularidade para transformar resíduos em insumos produtivos, reduzindo impactos ambientais e gerando novas oportunidades de negócio.
O relatório do
De acordo com o IBRAM, a circularidade tem avançado como estratégia de sustentabilidade e competitividade. Para o Instituto, a adoção de tecnologias para reprocessar rejeitos e dar novos usos aos subprodutos permite que as mineradoras reduzam custos, possam ampliar o valor de mercado e, ao mesmo tempo, responder às crescentes pressões ambientais.
Para o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, a circularidade e o reaproveitamento são pontos chaves. “Então, é aproveitar um elemento que não é mais utilizado pela sociedade para produzir um novo item com emissão de gás de efeito estufa que chega a ser dez vezes menor do que a produção do aço via a rota do minério de ferro”, conta Werneck.
Nesse caminho, a mudança abre oportunidades de destaques para o setor. Ao priorizar os resíduos como ativos, a mineração passa a alinhar sua operação às demandas da transição energética e da economia verde. Segundo o relatório, essa é uma das principais tendências que devem marcar a mineração brasileira nos próximos anos.
Reaproveitamento
A Gerdau investe em processos de reaproveitamento, promovendo a circularidade da economia e a utilização de produtos que seriam descartados. A empresa é referência na reutilização de sucata, que é transformada em aço e retorna à sociedade na construção civil, agropecuária, automóveis, infraestrutura e energia.
A Vale tem investido no Programa de Mineração Circular – Waste to Value, que busca reduzir a geração de estéril e rejeitos e avançar rumo à neutralidade de carbono na cadeia do minério de ferro. A iniciativa já mapeou mais de 100 projetos circulares, muitos em execução. Em 2024, a companhia produziu 12,7 milhões de toneladas de minério por fontes circulares e projeta que, até 2030, cerca de 10% da sua produção anual venha desse modelo.