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ONU declara fome em Gaza; Israel diz que relatório é ‘mentiroso’

Relatório foi publicado em meio ao início de operação de Israel para tomar Cidade de Gaza e, em seguida, todo o território palestino

Menino segura bacia vazia de comida na Faixa de Gaza

A ONU declarou nesta sexta-feira (22) um cenário de fome em Gaza, alertando que mais de 500 mil pessoas enfrentam condições “catastróficas” no território palestino. O anúncio ocorre em meio às ameaças de Israel de destruir a maior cidade da região.

A Classificação Integrada de Segurança Alimentar (IPC), órgão da ONU, informou que a fome já atinge a Cidade de Gaza e deve se estender às áreas de Deir al Balah e Khan Yunis até o final de setembro.

A área de Gaza representa quase 20% do território palestino, mas somando Khan Yunis (29,5%) e Deir al Balah (16%), cerca de dois terços da Faixa de Gaza estão em situação de grave escassez alimentar, afetando mais de dois milhões de pessoas.

O diretor do Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), Tom Fletcher, disse que a fome “poderia ter sido evitada” sem a “obstrução sistemática de Israel”.

Israel rejeitou o relatório e afirmou que “não há fome em Gaza”, classificando o estudo como “mentiroso e parcial”.

O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, classificou como crime de guerra o uso da fome com fins militares. O secretário-geral António Guterres pediu “cessar-fogo imediato, libertação de reféns e acesso humanitário total”.

Horas antes, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ameaçou destruir a Cidade de Gaza se o Hamas não aceitar o desarmamento, a libertação de todos os reféns e o fim do conflito. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reforçou negociações para libertação dos reféns.

Diariamente, moradores de Gaza enfrentam filas por alimentos, com muitas pessoas implorando por comida em suas panelas vazias, enquanto Israel controla grande parte do território e intensifica a pressão militar.

O conflito

Desde o início do conflito, o ataque do Hamas em outubro de 2023 deixou 1.219 mortos em Israel, principalmente civis, e as represálias israelenses mataram mais de 62 mil palestinos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza.

Israel convoca 60 mil para a ocupação da Cidade de Gaza

O governo de Israel anunciou, nesta quarta-feira (20), a convocação de 60 mil reservistas. Os militares devem trabalhar na ocupação da Cidade de Gaza (região mais central da Faixa), que começou na semana passada.

*Com informações da AFP
*Sob supervisão de Marina Dias

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Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas