A brasileira Karina Okamoto, de 44 anos, afirmou ter
Junto com outros turistas, Karina teve que se abrigar em um espaço seguro do hotel onde estava hospedada para se proteger do furacão. À Itatiaia, a brasileira contou, nesta quarta-feira (29), que teve a sensação de que “iria morrer”.
“Eu fiquei bem tranquila. Eu não sei o que aconteceu com essa serenidade. Depois, ainda falei para o meu marido, ontem: ‘Sabe qual era a minha sensação? Que eu ia morrer’. Então, eu estava me conformando. Eu estava conformada com a morte”, disse Okamoto.
Ainda segundo a brasileira, ela e o marido só perceberam a gravidade da situação quando encontraram um grupo de brasileiros que estava perto da piscina, usando calça jeans e carregando bolsas.
“Eles vieram me chamar: ‘Ah, vocês são brasileiros!’. Eu falei: ‘Meu Deus, o que vocês estão fazendo de roupa?’. Eles responderam: ‘Não, a gente está esperando o furacão’. E começaram a conversar. Aí começou a bater o medo”, narrou.
Na semana em que o casal chegou à Jamaica, o furacão Melissa era apenas uma tempestade do Atlântico. Desde então, o que era uma fenômeno de baixa intensidade, evoluiu para um furacão de categoria 5 (maior na escala utilizada para medir a intensidade de furacões). Ele, inclusive, passou a ser considerado o mais potente a atingir a costa em 90 anos e o pior do século na Jamaica.
Proteção
Conforme Karina, à medida que o furacão se aproximava da Jamaica, o casal era orientado pela equipe do resort. Na manhã dessa terça-feira (28), ela e outros hóspedes tiveram que ir ao teatro do hotel para conhecer o espaço onde ficariam em segurança em caso de emergência. Os hóspedes brasileiros, conforme a Okamoto, eram os mais tensos com a situação.
Para se proteger, alguns amigos do casal chegaram ao teatro antes do horário combinado para escolher o melhor lugar. “Eles ficaram observando as áreas do teatro onde não houvesse nada que pudesse cair sobre nossas cabeças. Chegaram lá às 5 horas da manhã”, disse.
Os hóspedes só foram liberados durante a noite, quando o furacão havia deixado a Jamaica. Segundo a brasileira, apenas a varanda da hospedagem dela ficou destruída com os ventos fortes. A experiência do casal, no entanto, não foi a mesma de outros hóspedes.
“Eles liberaram alguns quartos. Os outros hóspedes tiveram que ir para recepção e depois foram encaminhados para um outro quarto”, lembra. Ainda segundo Okamoto, a equipe do resort disse que ela e o marido tiveram sorte. “A menina falou que o noss quarto estava melhor que o de muitos”, contou.
Momentos de tensão
Karina Okamoto relatou à Itatiaia que o momento de maior tensão durante a passagem do Furacão Melissa foi quando a energia elétrica acabou, e o teatro ficou escuro. Segundo ela, na maior parte do tempo, não dava para saber o que acontecia fora do abrigo.
“Eles começaram a colocar música para entreter os hóspedes. Então, não parecia que estava acontecendo nada lá fora. Só a hora que a gente saía para ir ao banheiro, que a gente dava uma olhadinha para ver. Mas a chuva estava tão intensa, que via tudo branco”, continuou Okamoto.
Sem água no banheiro
Por causa do furacão, o quarto onde o casal está hospedado ficou sem água. “Eu programei essa viagem faz tanto tempo, tem uns três anos. Era a viagem dos meus sonhos. Eu conheço vários lugares, claro, mas a Jamaica era um lugar que eu queria muito conhecer. E, assim, não deu para a gente fazer nada”, relatou a brasileira.
Apesar de não poder aproveitar a viagem como planejado, ela comemorou não ter ocorrido com o casal. “Já estamos são e salvos, então isso que é o principal”, concluiu. Okamoto espera conseguir retornar ao Brasil com o marido nesta quinta-feira (30). No entanto, ainda não sabe se as estradas estarão liberadas.
“O aeroporto está interditado desde domingo. Então, a gente estava preso na ilha. Meu voo está previsto para amanhã. As minhas amigas iam voltar hoje, mas todos os voos foram cancelados. Então, a gente está nessa expectativa de saber se volta, se não volta”, finalizou.
(Sob supervisão de Edu Oliveira)