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Israel anuncia pausa nos ataques após interrupção de cessar-fogo em Gaza

Os bombardeios de Israel mataram mais de 100 palestinos, incluindo 46 crianças

Faixa de Gaza

As Forças de Defesa de Israel (IDF, da sigla em inglês) anunciaram nesta quarta-feira (29) uma pausa nos ataques que deixaram mais de 100 mortos na Faixa de Gaza nessa terça-feira (28).

“Em conformidade com a diretiva da cúpula política e após uma série de ataques que atingiram dezenas de alvos terroristas, as Forças de Defesa de Israel retomaram a aplicação do cessar-fogo em resposta às violações do Hamas”, anunciou Israel, no X.

“Como parte dos ataques, as Forças de Defesa de Israel (IDF) e o Serviço de Segurança Interna (ISA) alvejaram 30 terroristas que ocupavam posições de comando em organizações terroristas que operam em Gaza. As Forças de Defesa de Israel continuarão a respeitar o acordo de cessar-fogo e responderão com firmeza a qualquer violação do mesmo”, acrescentou.

Nessa terça, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou que militares realizassem ataques a Gaza de forma imediata. O premiê afirmou que o Hamas violou o acordo ao supostamente mentir sobre a dificuldade de encontrar reféns, algo que estava previsto no acordo de cessar-fogo.

Os bombardeios de Israel mataram, segundo a emissora catariana Al Jazeera, mais de 100 palestinos, incluindo 46 crianças. Mais de 250 pessoas ficaram feridas, conforme o Ministério da Saúde de Gaza.

Além da suposta mentira sobre reféns, o Hamas entregou um caixão com o corpo de um outro refém, porém, segundo Israel, eram restos mortais de Ofir Tzarfati, que já havia sido recuperado há cerca de dois anos.

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Enquanto os ataques aconteciam, o Hamas anunciou que conseguiu recuperar os corpos de dois reféns: Amiram Koper e Saher Baruch. O grupo negou qualquer envolvimento com os bombardeios em Rafah.

“O bombardeio criminoso realizado pelo exército de ocupação fascista em áreas da Faixa de Gaza representa uma flagrante violação do acordo de cessar-fogo assinado em Sharm el-Sheikh sob os auspícios do presidente Trump”, afirmou o grupo, em comunicado.

“Este ataque terrorista é uma extensão de uma série de violações cometidas nos últimos dias, incluindo ataques que resultaram em mortos e feridos, e o contínuo fechamento da passagem de Rafah, o que confirma a insistência na violação dos termos do acordo e na tentativa de sabotá-lo”, acrescentou.

Um porta-voz do Hamas disse à Al Jazeera que enfrenta “dificuldades significativas” durante as operações para recuperar os corpos e continuam “pedindo permissão para trazer equipamentos pesados para concluir a recuperação dos corpos restantes”.

“Solicitamos a aprovação do inimigo para permitir que equipes de busca entrassem nas zonas vermelhas para localizar os corpos dos prisioneiros da ocupação, mas eles recusaram”, disse o porta-voz.

“Aguardamos a aprovação da ocupação para que equipes de campo entrem em Rafah para procurar os corpos de seus prisioneiros”, acrescentou.

O grupo disse, ainda, que “não tem interesse em ocultar o corpo de nenhum prisioneiro ou atrasar sua entrega”. “Fizemos todos os esforços possíveis para recuperar os corpos, e a ocupação é totalmente responsável por qualquer atraso na recuperação dos corpos restantes”, finalizou.

Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.