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Conheça o cardeal Pietro Parolin, um dos favoritos para ser eleito papa

Cardeal italiano, de 70 anos, é visto como um ‘vice-papa’ por ocupar cargo de secretário de Estado do Vaticano

Com uma postura mediadora, os ideais do cardeal italiano Pietro Parolin se aproximam dos valores do Papa Francisco

O cardeal Pietro Parolin, de 70 anos, ocupa a posição estratégica de secretário de Estado do Vaticano desde 2013, quando foi nomeado pelo Papa Francisco. O cargo, parecido com a função de primeiro-ministro, coloca o cardeal Parolin como ‘sucessor natural’ de Francisco, segundo vaticanistas. O conclave, que vai eleger o próximo papa, começa no dia 7 de maio.

Considerado um cardeal diplomata, Parolin nasceu em Schiavon, na província e diocese de Vicenza, no norte da Itália. Filho de pais católicos, o cardeal perdeu o pai em um acidente de carro quando tinha apenas 10 anos. Muito jovem, aos 14 anos, Pietro Parolin ingressou no seminário de Vicenza.

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Sua ordenação sacerdotal veio em 1980, quando tinha 25 anos. Em seguida, foi enviado para estudar Direito Canônico na Universidade Gregoriana de Roma. Fluente em italiano, francês, espanhol e proficiente em inglês, o cardeal passou por diversos países com atuação no serviço diplomático.

Antes de ser secretário de estado, Parolin ocupou o cargo de subsecretário de Estado para as Relações com os Estados, quando dirigiu as relações do Vaticano com o Vietnã, a Coreia do Norte, Israel e a China.

Em 2009, foi ordenado bispo pelo papa Bento XVI. Na mesma época, foi embaixador do Vaticano na Venezuela. Depois de ser nomeado secretário de Estado, em 2013, o Papa Francisco também o nomeou para o Conselho de Cardeais interno, grupo responsável por fornecer orientações sobre a reforma da igreja.

Diplomata, com atuação em diversas áreas

Enquanto servia como diplomata para o Vaticano, Parolin conseguiu influenciar em diversas áreas como desarmamento nuclear, aproximação com a China e outros países do antigo bloco comunista e atividades de mediação.

Especialista em questões relacionadas ao Oriente Médio e na situação geopolítica do continente asiático, o cardeal teve um papel crucial no retorno do contato entre o Vaticano e Pequim em 2005.

Representante papal confiável, mas com pouca experiência paroquial

Vaticanistas apontam Pietro Parolin como um “representante papal confiável e de confiança no cenário mundial”. Durante a Covid-19, o cardeal garantiu que o Vaticano tivesse uma “resposta global compassiva”, ao passo em que aplicava uma das mais rigorosas determinações de vacinação do mundo.

Muito próximo do Papa Francisco, Parolin permaneceu em cargos de confiança para o papado por bons anos. Crítico da liturgia tradicional, o cardeal confiava no trabalho realizado por Francisco e acreditava que o papa estava implementando os ensinamentos do Concílio de forma mais completa.

Tanto em razão a ampla experiência diplomática, o cardeal tem como uma das características mais marcantes a pouca experiência pastoral. Ainda que tenha frequentado a paróquia local quando jovem e servido como coroinha, Parolin dedicou grande parte da vida à diplomacia e administração do Vaticano.

Ainda assim, sua visão se aproxima muito a de Francisco. O cardeal é visto por vaticanistas como um sucessor natural do papado de Francisco. Isso se os cardeais eleitores optarem por uma figura de continuidade.

O cargo de secretário de Estado é o segundo na hierarquia do Vaticano, atrás apenas do papa. Por isso, é apontado como um vice-papa.

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas