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Como é feita a escolha do Papa? Entenda como funciona o Conclave

Mais de 200 cardeais do mundo inteiro participam do processo para eleger novo Papa

Com a morte do Papa Francisco nesta segunda-feira (21) , tem início o processo de escolha do novo pontífice, que conta com 7 brasileiros

A escolha do sucessor do Papa Francisco será feita em um processo minucioso de eleição, o chamado Conclave. As normas são definidas pelo Vaticano, que determina que o início da votação para escolher o novo pontífice deve ocorrer em um intervalo de 15 a 20 dias após a morte do Papa.

A data específica ainda não foi divulgada, mas estima-se que o Conclave se iniciará entre os dias 6 e 11 de maio.

Nessa eleição podem votar todos os cardeais com menos de 80 anos de idade. O Vaticano já fez a convocação dos 252 cardeais ao redor do mundo para formar o chamado Colégio dos Cardeais.

No Brasil, são 7 nessa condição, que já começaram a embarcar para Roma nesta terça-feira (22). Os primeiros a partir são: Dom Orani Tempesta e Dom Jaime Spengler.

Quando todos os cardeais estiverem reunidos em Roma e após o sepultamento do Papa, a nova eleição pode ser realizada.

São feitas rodadas de votações secretas. Quando um candidato receber dois terços dos votos totais - ou seja, 168 votos pelo menos - ele se torna o novo Papa.

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Confira os ritos específicos:

Constatação da morte

  • A morte do papa é oficialmente verificada pelo camerlengo, na presença do mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias.
  • Desde 2024, a constatação ocorre na capela privada do papa.
  • O mito do martelo de prata na testa é apenas simbólico e não faz parte do procedimento atual.

Primeiras providências

  • O camerlengo lacra o quarto e o escritório papais.
  • Comunica oficialmente a morte aos cardeais e chefes de Estado ao redor do mundo.
  • Assume a administração do Vaticano de forma interina.
  • Passa a ser responsável pela organização do funeral e do conclave.

Período de luto e funeral

  • As cerimônias fúnebres duram nove dias consecutivos (Novemdiales).
  • O sepultamento deve ocorrer entre o 4º e o 6º dia após a morte.
  • O corpo do papa é levado para a Basílica de São Pedro, onde fica exposto à visitação dos fiéis.
  • A pedido de Francisco, o caixão é único: de madeira e revestido de zinco, mais simples que os três caixões tradicionais.

Governo interino da Igreja

  • O Colégio de Cardeais assume as funções administrativas da Igreja.
  • O camerlengo lidera esse período, auxiliado por três cardeais eleitores, sorteados e substituídos a cada três dias.
  • As reuniões preparatórias para o conclave são convocadas e passam a ocorrer diariamente no Vaticano.

Preparação para o conclave

  • Os cardeais aguardam até 15 dias para que todos os eleitores (com menos de 80 anos) cheguem a Roma.
  • A votação deve começar no máximo até 20 dias após a morte do papa.
  • Antes da primeira votação, uma missa especial é celebrada na Basílica de São Pedro.

O conclave

  • O conclave ocorre na Capela Sistina, onde os cardeais fazem juramento de sigilo absoluto.
  • A eleição é secreta e ocorre por meio de cédulas.
  • São realizadas até quatro votações por dia (duas de manhã e duas à tarde).
  • O eleito precisa obter dois terços dos votos dos cardeais presentes.

Fumaça

  • Após cada votação, as cédulas são queimadas.
  • Fumaça preta: não houve vencedor.
  • Fumaça branca: um novo papa foi escolhido.

Escolha e anúncio do novo papa

  • O cardeal decano (ou seu substituto) pergunta ao eleito se aceita o cargo e qual nome deseja adotar.
  • O novo papa é anunciado ao público na sacada da Basílica de São Pedro.
  • Ele dá sua primeira bênção: Urbi et Orbi (“à cidade e ao mundo”).
Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.