O apresentador da Globo Luciano Huck precisou deixar o hotel em que estava hospedado em Kiev, na Ucrânia, às pressas devido a mais um ataque russo. Huck esteve no país para entrevistar o presidente Volodymyr Zelensky, em meio a um conflito com a Rússia de Vladimir Putin, que já dura dois anos.
“Os alarmes agudos soaram a partir das 3h. Sirenes nas ruas, alertas no celular, chamados nos alto-falantes do hotel, o alerta veio de todos os lados. Parecia um filme, mas era real”, relatou o apresentador, em uma matéria publicada no jornal O Globo.
Huck afirmou que passou a noite em claro naquele dia, durante um ataque ferrenho da Rússia, utilizando 127 mísseis e 109 drones mirando em instalações de infraestrutura.
O apresentador brasileiro precisou ficar em um abrigo antiaéreo abaixo da terra, com camas dobráveis lado a lado. Por volta das 10h do horário local, ele foi liberado a deixar o abrigo.
Huck, que tem ancestrais ucranianos, foi até o local para entrevistar o presidente Zelensky de forma exclusiva. O conteúdo da entrevista e os detalhes da viagem estarão disponíveis em um documentário no Globoplay.
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Zelensky revela ‘plano para paz’ e critica Lula
O presidente ucraniano, em meio ao conflito que já dura dois anos e deixou milhares de mortos, afirmou que tem um plano ‘pela paz’. “Não posso dividir agora os detalhes, mas farei isso em breve. Nós sabemos o que é preciso”, disse.
O líder do país aproveitou, ainda, para tecer críticas ao posicionamento do Brasil em relação à guerra. No momento, o país adota um posicionamento neutro e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, inclusive, afirmou que ‘não há razão para procurar um culpado na guerra’, algo que não agradou Zelensky.
“Não é uma fala honesta nem conosco, nem com o povo brasileiro. Porque todo mundo sabe quem iniciou essa guerra. A equipe dele trouxe uma resolução para nós, antes do ‘encontro pela paz’ que organizamos, mas o Brasil não quis vir. Foi uma pena”, afirmou.
Zelensky, apesar de ter se encontrado recentemente com Lula, continuou as críticas: “Tive uma reunião com o presidente Lula e vi que ele me entendeu. Porque tivemos um diálogo muito bom, realmente bom. Estou agradecido por isso, mas ele vive as narrativas da União Soviética. É uma pena. Ele pensa na Rússia como se hoje ainda existisse a União Soviética. [...] É normal quando você tem relações econômicas, mas estamos falando sobre uma guerra, não é sobre relações econômicas”, finalizou.