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Dudu é direto sobre gramado sintético da Arena MRV, do Atlético; veja

Jogador de 33 anos concedeu entrevista exclusiva à Itatiaia e falou sobre declaração sobre a grama artificial

Dudu falou sobre voltar a ter uma ‘casa’ com gramado sintético: a Arena MRV

Perto de ser anunciado como reforço do Atlético para a temporada, o atacante Dudu deu forte declaração em março sobre gramados sintéticos. Na ocasião, ele atribuiu algumas lesões no Palmeiras, seu antigo clube, ao gramado artificial do Allianz Parque, em São Paulo.

Em entrevista exclusiva à Itatiaia, concedida nessa segunda-feira (5), o jogador de 33 anos falou pela primeira vez sobre a possibilidade de voltar a ter uma ‘casa’ com este piso. A Arena MRV, do Atlético, acaba de trocar o gramado natural pelo sintético.

“Eu acho que, se você for perguntar para a maioria de jogadores de futebol do mundo todo, todos vão preferir jogar na grama natural. Mas a gente sabe que, aqui no Brasil, a gente está mudando um pouco essa realidade de ter que jogar na grama sintética, até mesmo pelos clubes que estão usando seus estádios para ter shows, para ter outros eventos. Caso eu venha a jogar no Atlético e tenha que jogar na grama sintética, eu vou ter que jogar, é o meu trabalho. Eu vou ter que jogar contra o Palmeiras no estádio do Palmeiras, na grama sintética. Contra o Botafogo, contra o Athletico Paranaense, quando ele voltar para a Série A. Não vai ser empecilho nenhum e vou procurar fazer o meu melhor sempre sendo na grama sintética, sendo na grama natural”, destacou o atacante.

“Eu joguei muito tempo no campo de terrão lá em Goiânia e gosto de jogar em campo de terrão. Às vezes, quando ia lá em Goiânia, eu jogava no campo de terra com os meus amigos. Então, isso não vai ser nenhum problema. Sei que as pessoas vão falar, vão bater nesse ponto, mas eu estou bem tranquilo”, completou.

Chega de polêmicas

Dudu disse que passará a evitar assuntos polêmicos para se dedicar exclusivamente ao novo clube.

“Tenho que falar menos agora, neste momento, e jogar mais futebol. De um tempo para cá, os noticiários do Dudu não são muito de dentro de campo como era antes. Era Dudu jogando belas partidas, Dudu sendo melhor jogador de Campeonato Brasileiro, Dudu ganhando Bola de Prata. Deixei isso um pouco de lado, e as coisas caminharam para um lado que não é legal para um jogador de futebol. Acho que é melhor, neste momento, eu me calar. Falar menos e jogar mais. Isso eu tenho na minha consciência e tenho que fazer no próximo clube que eu jogar”, disse.

Declaração em março

Em março, o camisa 7 celeste afirmou que o gramado artificial “colaborou” para que ele se machucasse de forma grave ainda quando defendia o Palmeiras.

“Claro que você vai machucar mais na grama natural do que na grama sintética, pois tem mais gramado natural do que sintético. Eu joguei bastante tempo na grama sintética. Ela é boa, é legal para o time da casa, é legal que o jogo fica mais rápido, mas tem outros aspectos. Acho que 85% da minha lesão (no joelho), se fosse na grama natural, poderia não ter machucado. Falo isso porque machuquei meu joelho em uma grama sintética, fiquei um ano parado. Acho que com grama natural eu poderia não ter machucado”, disse, em entrevista coletiva na Toca da Raposa II.

Em agosto de 2023, Dudu sofreu ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho direito, na vitória do Palmeiras por 1 a 0 sobre o Vasco, no Campeonato Brasileiro. O jogador ficou quase um ano parado, e, por isso, fez críticas ao gramado artificial.

“Quem tem grana sintética vai defender, e quem não tem grama sintética vai falar que é ruim. Não é questão de ser ruim. Eu conheço, joguei bastante tempo na grama sintética, e sei que quem vai jogar contra os times de grama sintética, passa 10, 15 minutos de jogo, sofre. A velocidade do jogo é outra”, explicou.

“O passe precisa ser outro, o quique da bola é outro. Falei isso porque eu conheço. Não foi para afrontar ninguém, não foi para afrontar o Palmeiras, não tenho nada contra ninguém lá. Sou é muito grato por tudo o que o Palmeiras fez por mim, clube que eu tenho muito respeito e sou grato”, completou.

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Abaixo-assinado contra grama sintética no Brasil

Em fevereiro deste ano, nomes importantes do futebol nacional assinaram um documento contra gramados sintéticos no Brasil.

Jogadores como Neymar (Santos), Thiago Silva (Fluminense), Lucas Moura (São Paulo), Gabigol, Dudu (então no Cruzeiro), Cássio (Cruzeiro), Memphis Depay, Garro (Corinthians); Gerson e Arrascaeta (Flamengo); Coutinho (Vasco), Bruno Henrique e Alan Patrick (Inter); e David Luiz (Fortaleza) usaram suas redes sociais para criticarem os gramados artificiais.

Dudu fez até uma analogia para explicar sua atual rejeição quanto aos gramados sintéticos.

“Quando eu estava no Palmeiras, gostava de jogar na grama sintética. Você tem um carro. Você vai, Deus o livre guarde, daqui para o interior. Você bate, capota, vai querer trocar o carro. Não vai? Eu machuquei meu joelho e fiquei um ano sem jogar futebol. Depois que eu machuquei, acho que teve um pouco de ajuda para isso acontecer. Infelizmente, os times que utilizam a grama sintética, normalmente, vão dizer que não atrapalha, que não tem nada a ver, mas tem”, disparou.

“Eu joguei na grama sintética por muito tempo, os times que vai jogar na grama sintética ele é prejudicado. A grama sintética, você sabe que o jogo fica mais rápido, demora a pegar o cacoete da bola. Eu falo, joguei bastante tempo na grama sintética, eu sei o que é jogar na sintética ou grama normal. Não falei coisa para ir contra o Palmeiras ou contra quem quer que seja. Sempre vou falar o que estiver no meu coração, no Cruzeiro, no Palmeiras ou onde for”, disse.

Impactos da lesão

A diretoria do Palmeiras, ex-clube de Dudu, colocou grama sintética no Allianz Parque no ano de 2020. O clube tentou resolver problemas relacionados à qualidade do gramado. Dudu atribuiu a esse piso os impactos da sua lesão.

“Fiquei um ano parado. Só quem machuca o joelho sabe como é o sacrifício que é para voltar a ser competitivo, voltar ao seu nível da forma física. Em alguns momentos dos jogos no segundo tempo a gente cansa. O jogador de futebol ficar sem jogar, é dolorido. Falam que você fica recebendo salário sem jogar, mas jogador de futebol gosta de futebol, gosta de estar em campo. Eu gosto de jogar bola, de estar dentro de campo, seja no treino ou no jogo”, acrescentou.

Henrique André é repórter multimídia e setorista do Atlético na Itatiaia. Acumula passagens por Uol Esporte, Jornal Hoje em Dia e outros veículos. Participou da cobertura de grandes eventos, como Copas do Mundo (2014-18), Olimpíada (2016-2021) e Mundial de Clubes (2025).