Ouvindo...

Lourdes Francisco (PCO) defende armar a população e a criação de milícias populares em BH

Em sabatina à Itatiaia, a candidata diz que proposta de armamento não está ligada ao bolsonarismo e sim ao pensamento trotskista

A candidata do PCO à Prefeitura de Belo Horizonte, Lourdes Francisco, em sabatina à Itatiaia nesta quarta-feira (21), defendeu o armamento da população e a criação de milícias populares. Segundo ela, a população deve estar armada e não é o governo ou a polícia que deve ditar as normas de segurança e o bem-estar.

Quando questionada sobre a proximidade que o Partido da Causa Operária teria com o bolsonarismo, em razão de sua posição quanto ao armamento, a candidata disse não ser pelos mesmos motivos.

“A ideia de armamento faz parte do programa do PCO, porque somos Trotskistas, que defende armar a população para enfrentar seus opressores” - trotskismo é uma ideologia de esquerda fundada a partir das ideias de Leon Trotsky (1879-1940), o qual defendia a organização da classe operária para se defender e conquistar seus direitos.

“Essa ideia de armamento não é do Bolsonaro, nosso programa fala disso há muito tempo. É um programa de libertação do trabalhador”, explicou.

Leia também

Sobre a polícia militar e políticas de segurança pública, a candidata afirmou que a instituição precisaria de uma reforma drástica ou ser extinta. Para ela, “a população tem que estar armada e o sistema, essa polícia, deve ser extinta ou passar por uma reforma drástica, pois o império a coloca contra o trabalhar, para oprimir e maltratar o trabalhador”.

Segundo as diretrizes do PCO, expostas no site do partido, a Polícia Militar faz somente a segurança dos ricos do Brasil e a burguesia “já está ela mesma armada faz muito tempo”.

“O trabalhador e o pessoal da favela têm que estar armados sim, eles têm que se defender”, colocou a candidata. “A nossa proposta seriam milícias populares em cada região. Organizar o povo, preparar o povo, para ele poder ser responsável pela própria segurança”.

Lourdes diz compreender que esse não é um processo simples, e que precisaria de anos para desenvolver, através de conversas e treinamentos da população.

“Em um bairro ou uma favela, você vai lá e faz uma conversa para ela entender o que é a segurança,: Para que que serve a segurança? Quem é protegido com esse sistema de segurança? Para que existe polícia, a quem ela obedece e porque ela obedece? Eu não sou contra policial, vejo como um trabalhador e tenho maior respeito por ele. É o sistema ao qual ele está inserido e o que ele recebe de formação é que se torna prejudicial”.

Por fim, a candidata concluiu o pensamento questionando a quem a arma hoje protege. “Nós temos que preparar essa população inclusive para lidar com armas. Nós temos muito medo de arma ainda, mas não é bem assim, depende de quem a arma protege. Pra quem você vai apontar as armas? Porque ultimamente as armas estão apontadas para nós, para a população, mas a gente precisa saber por que essa arma está sendo apontada para nós e quem é responsável por isso”.


Participe dos canais da Itatiaia:

Mestrando em Comunicação Social na UFMG, é graduado em Jornalismo pela mesma Universidade. Na Itatiaia, é repórter de Cidades, Brasil e Mundo
Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.
Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.
Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.