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Bella Gonçalves diz que Fuad é ‘mais do mesmo’ e vê Engler e Viana como ‘perigo maior’ à PBH

Deputada estadual do Psol falou, com exclusividade à Itatiaia, em série de entrevistas com pré-candidatos à Prefeitura de BH

Bella Gonçalves criticou nomes ligados à direita na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte

Correndo por fora em uma disputa que conta, até o momento, com ao menos 10 pré-candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, a deputada estadual Bella Gonçalves (Psol) critica possíveis adversários na corrida eleitoral e avalia a possibilidade de formação de uma frente de esquerda para competir com nomes ligados à direita.

Em entrevista exclusiva à Itatiaia — em série especial com pré-candidatos que começou a ser divulgada nesta semana —, Bella Gonçalves classificou o atual prefeito de BH, Fuad Noman (PSD) como “mais do mesmo” e os bolsonaristas Bruno Engler (PL) e Carlos Viana (Podemos) como “perigo maior” à cidade.

“Governos como o do Fuad não têm capacidade de mudança e transformação, vão fazer mais do mesmo. Mas não são, necessariamente, o maior risco para BH”, criticou a ex-vereadora da capital mineira que assumiu uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais após as eleições de 2022.

Sobre Engler e Viana, Bella sobe o tom.

“Visualizo que outras candidaturas, como a do PL, que é o Bruno Engler, ou do Carlos Viana, são um perigo maior. O PL porque é um partido que se movimenta pela ‘fake news’ e pelo ódio. O Engler é uma extensão do voto de Nikolas Ferreira, que foi uma pessoa que além de não ter feito nada para a cidade, prejudicou a população do Vetor Norte, ao não aprovar o empréstimo para a Vilarinho”, diz sobre projeto de lei da gestão de Alexandre Kalil que previa tomar empréstimo para a realização de obras de contenção de enchentes na região.

Sobre o senador Carlos Viana, pré-candidato pelo Podemos — e que representou o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições para o Governo de Minas em 2022 — ela diz que ele está “escondido dentro da toca”.

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“Minas está discutindo uma dívida pública bilionária com a União, é o principal debate e ele não se manifesta, não tem proposta, não faz nada. E não fará nada enquanto prefeito de BH. Então, precisamos apostar que não vamos deixar BH cair na terra arrasada da extrema-direita. Precisamos unir a esquerda, unir aqueles que têm projeto de cidade”, afirmou.

União da esquerda

Além de Bella Gonçalves, outros nomes ligados à esquerda em Belo Horizonte se colocaram na posição de pré-candidatos à prefeitura em outubro deste ano. A Federação Psol/Rede, liderada pela parlamentar, por exemplo, enfrenta uma divisão interna e dois nomes do partido de Marina Silva chegaram a lançar suas pré-candidaturas: a deputada estadual Ana Paula Siqueira e o ex-vice-prefeito Paulo Lamac, hoje secretário na gestão Fuad.

O Partido dos Trabalhadores (PT), por sua vez, lançou o nome do deputado federal Rogério Correia com status de principal candidatura da legenda na região Sudeste e o PDT tem na deputada federal Duda Salabert esperança para chegar à sede do Executivo mineiro.

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Em cenário de fragmentação política, ao menos por ora, Bella Gonçalves defende união das legendas em uma única candidatura para fazer frente a nomes como Viana e Engler.

“A unificação do campo progressista é o que tenho tentado desde o primeiro dia. O campo político que se unir vai ganhar a eleição e levar a prefeitura este ano. Nós temos hoje um cenário de muita indefinição. São mais de 12 pré-candidatos e temos cerca de 70% a 90% da população sem saber em quem votar. Na pesquisa de voto espontâneo, nenhum candidato supera os 3% das intenções de voto”, afirmou, ao definir o pleito de outubro como um “campo aberto”.

De acordo com Bella, o diálogo com a Rede, dentro da Federação, é bom e que também há conversas abertas com Correia e Duda.

“Todos nós temos que estar disponíveis para fazer o que for necessário para recuperar os direitos do povo de BH. As vaidades não podem se sobrepor neste momento”, defende.

“Convoquei eles para nos sentar em uma mesa, fazer um debate sobre perfil, sobre viabilidade eleitoral, taxa de rejeição, para podermos sair juntos neste processo eleitoral. É o que mais quero. Mas, de fato, às vezes as vaidades partidárias nos prejudicam”, completou, ao alfinetar a postura do PT nas eleições municipais de 2020, quando Kalil saiu vitorioso.

“Na eleição passada, quando Áurea Carolina [do Psol] despontava com favorita, não conseguimos unificar [a esquerda]. Foi uma pena. Eu acho que conjugo elementos importantes para construir a unidade da esquerda: trajetória política, experiência e representatividade”, afirmou. Naquela eleição, os petistas lançaram o ex-ministro Nilmário Miranda, que teve 2% dos votos.


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Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.
Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.