Aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sinalizaram que o Palácio do Planalto deveria promover uma espécie de “reforma ministerial”, com o intuito de reorganizar a base do governo no Congresso Nacional.
Segundo a analista da CNN Raquel Landim, aliados de Lira disseram que a ideia seria retirar dos cargos de ministros de governo os políticos filiados ao União Brasil e substituí-los por nomes do PP, do próprio Lira, e do Republicanos.
A avaliação é que o União Brasil não vem entregando os votos necessários a favor do governo federal para a aprovação de medidas no Congresso.
Atualmente, três membros do União Brasil chefiam ministérios do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Waldez Góes (Desenvolvimento Regional);
Daniela Carneiro (Turismo);
Juscelino Filho (Comunicações).
O recado sobre essa “reforma ministerial” não foi feito diretamente pelo presidente da Câmara, mas chegou ao Palácio do Planalto por aliados de Lira.
O presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, disse que não há interesse de compor o governo com a chefia de ministérios.
Reorganização dos ministérios
A medida provisória que reorganiza as pastas do governo de Lula irá vencer na próxima quinta-feira (1º).
Caso ela não seja apreciada na Câmara e no Senado Federal, a estrutura ministerial do Poder Executivo voltará a ser como era no governo de Jair Bolsonaro (PL). Com isso, irá dos atuais 37 ministérios para os 23 anteriores.
A MP é vital para o governo, uma vez que, se caducar, esta será a primeira vez que um presidente não consegue montar sua própria equipe de governo na Esplanada dos Ministérios.
Lula procura Lira e sinaliza diálogo com o Congresso Nacional
Após derrota do governo federal na noite de terça-feira (30), o presidente Lula telefonou na manhã desta quarta-feira (31) para Lira.
Segundo relatos feitos à CNN, na ligação, os dois discutiram o resultado da votação do marco temporal das terras indígenas e a necessidade do governo em ver aprovada, nesta quarta, a MP da Reestruturação, que mexe com a configuração dos ministérios.
Lira passou um diagnóstico claro de que o governo não tem articulação política e de que as tentativas de negociação com o Congresso têm sido muito ruins.
Na conversa, o presidente da República sinalizou, de acordo com aliados do petista, que pretende dialogar mais com o Congresso Nacional, gesto que vinha sendo cobrado do presidente nas últimas semanas.
Sob risco de nova derrota, governo libera verbas ao Congresso
O governo federal liberou quase R$ 1,7 bilhão nesta terça-feira (30) em emendas parlamentares.
A decisão do governo de liberar a quantia recorde de emendas se dá diante de um risco real de o governo sofrer essa derrota que desconfiguraria o desenho da Esplanada dos Ministérios.
Apesar de o cenário mais provável ser de aprovação da medida provisória que reestrutura os ministérios, deputados intensificaram nos últimos dias as cobranças contra o governo federal para garantir a liberação de emendas e de cargos na estrutura administrativa.
*Publicado por Gabriel Ferneda com informações de Raquel Landim
