O núcleo de articulação política do governador mineiro Romeu Zema (Novo) tem, desde o fim de abril, uma nova estrutura. Tido como um dos homens-fortes do Palácio Tiradentes no processo de construção de pontes junto a deputados estaduais, o secretário de Estado de Governo, Igor Eto, tem, agora, a companhia formal do ex-deputado federal Marcelo Aro (PP), chefe da recém-criada Secretaria de Estado de Casa Civil.
Aro, um dos principais fiadores políticos do governo Zema, vai atuar na interlocução oficial entre Minas Gerais e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele deve dividir o expediente entre Belo Horizonte e Brasília (DF).
A criação da Casa Civil mineira aconteceu
“Sou um dos maiores beneficiados dessa construção. Marcelo vai ter papel crucial no relacionamento com Brasília, com o governo federal e com os órgãos federais. Isso, de fato, tem relevância muito grande para o governo do estado, pois os recursos estão lá em Brasília. As secretarias têm de fazer esse papel muito grande de articulação com os órgãos de Brasília”, diz o secretário de Governo, à Itatiaia.
Embora agora seja um dos secretários do governo estadual, Aro já compunha os quadros do Executivo mineiro desde fevereiro, quando foi nomeado consultor da Secretaria de Governo. No cargo, ele desempenhou papéis semelhantes ao que tem, agora, na Casa Civil.
“Para nós, é muito difícil ter de tomar conta da Assembleia Legislativa, da relação com a Câmara Federal, que continuará sendo responsabilidade da Secretaria de Governo, e ao mesmo tempo, ter de tomar conta das relações com o governo federal e com as instituições ao redor”, pontua Eto, ao defender a reforma que culminou na nova pasta.
Rede Minas pauta primeiros movimentos
Ao ser empossado como chefe da Casa Civil, Aro afirmou que a meta é ajudar Zema a fazer “o melhor governo da história” de Minas Gerais. Na última semana do mês passado, na capital federal, ele se reuniu com o ministro das Comunicações de Lula, Juscelino Filho (União Brasil-BA).
Em pauta, pedido de apoio federal para a
“Com a liberação das outorgas, vamos conseguir levar, por exemplo, teleaulas para os municípios mineiros e ampliar o acesso à educação integral, beneficiando todos os alunos da rede pública de Minas Gerais”, explicou Aro.
A Rede Minas, aliás, está relacionada à reforma que alçou Aro ao posto de secretário. Isso porque a Empresa Mineira de Comunicação (EMC), controladora do canal, agora faz parte do escopo da Secretaria de Estado de Comunicação, também recém-criada. A pasta é comandada por Bernardo Santos, ex-presidente do Novo em Minas Gerais.
Antes da Secretaria de Comunicação, a EMC, que também administra a Rádio Inconfidência” ficava a cargo da Secretaria de Estado de Cultura.
Dupla Zema-Aro ganhou força em 2021
Marcelo Aro foi candidato ao Senado no ano passado e teve Romeu Zema como principal cabo eleitoral. Antes, o ex-deputado chegou a ser aventado até mesmo para ser concorrente a vice-governador — vaga que ficou com Mateus Simões, do Novo.
A aproximação entre Zema e Aro ganhou força no início de 2021. A aliança fez com que a base governista na Assembleia Legislativa ganhasse novos partidos. Além do PP, legendas como Agir e Podemos, cujos comandos têm boa relação com Aro, engrossaram a coalizão situacionista.
Aro chegou a ser um dos principais interlocutores do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD). Eles
Antes de ser consultor da Secretaria de Governo e chefe da Casa Civil, Aro atuou como líder do governo Zema no Congresso Nacional.
“Marcelo Aro vem para somar e nos ajudar. Tenho certeza que ele será um grande parceiro meu e do governo, de modo geral, como sempre foi”, esperança Igor Eto.