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TRE confirma perda de mandato de vereador bolsonarista e César Gordin tomará posse na Câmara de BH

Uner Augusto assumiu cadeira no início do ano e foi punido com a perda do mandato depois que seu partido fraudou a cota de gênero

César Gordin

O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) confirmou, nesta terça-feira (18), a perda de mandato do vereador Uner Augusto (PRTB) na Câmara Municipal de Belo Horizonte.

O órgão realizou a retotalização dos votos das eleições municipais de 2020 após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que anulou todos os votos obtidos pelo PRTB, condenado por fraude à cota de gênero. Uner, que era suplente, assumiu a cadeira no Legislativo municipal no lugar de Nikolas Ferreira, eleito pelo PRTB em 2020 e que tomou posse como deputado federal pelo PL no início deste ano.

Com a perda de mandato de Uner Augusto, o ex-vereador Cesar Gordin (PROS) é quem irá assumir a vaga na Câmara Municipal de Belo Horizonte.

Ex-presidente da Torcida Organizada Galoucura, Gordin já foi vereador na capital mineira, entre os anos de 2019 e 2020. Ele também foi secretário municipal em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Fraude na cota de gênero

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, no início do mês, que o PRTB fraudou a cota de gênero nas eleições para vereador de Belo Horizonte em 2020 e anulou todos os 42.202 votos obtidos pela legenda naquela eleição.

Na ocasião, o ministro do TSE, Sérgio Banhos, determinou que a medida fosse cumprida imediatamente e, com isso, o TRE-MG marcou uma sessão para recalcular a votação daquele pleito.

O processo foi movido pelo PSOL, que recorreu à Justiça Eleitoral em Brasília após uma decisão negativa da Justiça Eleitoral mineira.

O que é a cota de gênero?

A cota de gênero faz parte da legislação eleitoral e determina que cada partido ou coligação reservem, ao menos, 30% das vagas da chapa proporcional (ou seja, de vereadores ou deputados) para um gênero - masculino ou feminino.

Desde que a regra passou a se tornar obrigatória, em 2009, a Justiça Eleitoral tem atuado para evitar as chamadas “candidaturas-laranja”, que simulam a candidatura sobretudo de mulheres com o objetivo de fraudar o cumprimento da regra.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.