Três dias após a assinatura oficial da concessão do metrô de Belo Horizonte, o Sindicato dos Empregados em Transporte Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro) manteve as cobranças ao governo federal sobre o futuro dos trabalhadores da CBTU na capital mineira e fez críticas à concessionária que assumiu a gestão do metrô.
Veja mais:
Na sexta-feira (24), dois advogados que representam o grupo Comporte, vencedor da concessão do metrô de BH, se reuniram com os representantes dos metroviários. Segundo o secretário geral do Sindimetro-MG, Daniel Glória Carvalho, o tom da conversa foi amigável e positivo.
“Foi uma reunião de cortesia, em que o grupo Comporte se apresentou para o sindicato e colocou que nenhum direito dos trabalhadores será alterado sem a presença do sindicato. Nós colocamos os anseios da categoria em relação à transferência e eles informaram que não vão se opor a qualquer medida do governo federal, porque entendem que nossos pleitos são justificáveis”, conta Daniel Glória.
Reclamação
Na tarde desta segunda-feira (27), no entanto, o sindicalista compartilhou vídeos em que um dos diretores do Sindimetro se diz proibido de entrar no restaurante da CBTU.
“Infelizmente, (a boa relação com o grupo Comporte) não está se cumprindo. O diretor do sindicato quis entrar no pátio de manutenção de São Gabriel para almoçar no restaurante, é um senhor de mais de 70 anos, está há quase 40 anos na CBTU. Ele foi proibido de almoçar no pátio, foi permitido retirar a marmita, mas teve que comer fora da CBTU. Não esperávamos esse tipo de tratamento e não esperávamos esse início de tratamento com o grupo Comporte”, afirmou Daniel Glória.
Após a paralisação de um mês entre fevereiro e março, a categoria marcou uma nova greve para começar nesta terça-feira (28).
A reportagem da Itatiaia entrou em contato com o grupo Comporte para saber como a empresa pretende proceder durante a paralisação que começa nesta terça-feira (28) e sobre a proibição do diretor do Sindimetro de entrar no restaurante do pátio São Gabriel, mas até a publicação desta matéria a empresa não se manifestou.
Concessão definida
Na sexta-feira (24), o governo de Minas anunciou a
“Nossa expectativa é que já no primeiro ano várias melhorias sejam percebidas pela população. A empresa já começa a operar imediatamente o metrô e estão previstas uma série de melhorias: revitalização da linha 1, modernização e redução no tempo de viagem. Todas as 19 estações vão passar por reformas, com melhorias em relação à acessibilidade, também será criada uma nova estação, no Novo Eldorado”, explica Pedro Bruno.
A construção da Linha 2, que vai ligar a região do Barreiro, deve começar no 18º mês da concessão, ou seja, no início do segundo semestre de 2024. “Também está prevista a construção da tão esperada Linha 2, que terá 7 estações totalmente equipadas, vai permitir um novo meio de transporte para várias pessoas”, diz.
Estabilidade de um ano
O secretário de Infraestrutura ressaltou que o contrato prevê um ano de estabilidade para os funcionários da CBTU a partir de hoje e que a concessionária vai iniciar as conversas com a categoria.
“Em relação aos empregados da CBTU, o contrato de concessão prevê a estabilidade para todos eles no período de 12 meses contados a partir de agora. Entendemos que esse período é fundamental para que a empresa que chega agora e os empregados possam dialogar e construir um arranjo que seja do interesse de todos”, diz Pedro Bruno.
“Na nossa visão enquanto estado, dado que o serviço metroviário é bastante especializado, entendemos que a empresa precisa contar com essa mão de obra super qualificada para poder conduzir a operação daqui para frente. Acreditamos que esse período servirá para buscar entendimentos. Somos sensíveis e sabemos que isso gera uma preocupação por parte dos empregados, mas temos convicção que vamos construir a várias mãos um acordo que atenda a todos”, avalia.