Ouvindo...

Lula demite chefe do Exército e nomeia novo comandante

Júlio César de Arruda havia sido nomeado no dia 30 de dezembro por Bolsonaro; quem assume é Tomás Miguel Ribeiro Paiva, comandante militar do Sudeste

General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva assume Exército após demissão de Arruda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu o general Júlio César de Arruda, do cargo de comandante do Exército, neste sábado (21).

Arruda havia sido nomeado por Bolsonaro no dia 30 de dezembro e teve a posse antecipada em um acordo com a equipe de transição. Entretanto, o ministro da Defesa José Múcio, havia confirmado Arruda no posto.

A demissão ocorre um dia depois de uma reunião entre Lula, Múcio e os comandantes das Forças Armadas, no Palácio do Planalto. Na ocasião, o ministro da Defesa disse que não houve envolvimento das Forças Armadas nos atos que culminaram na invasão e depredação de prédios públicos em Brasília no dia 8 de janeiro e que situações seriam analisadas individualmente.

“Entendo que não houve envolvimento direto das Forças Armadas. Agora, se algum elemento individualmente teve a sua participação, ele vai responder como cidadão”, afirmou José Múcio ao deixar a reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os comandantes das Forças Armadas.

Múcio disse, ainda, que a reunião não tratou dos atos golpistas do dia 8 de janeiro.

“Não tratamos do dia 8, isso está com a Justiça. Nós tratamos da capacidade de geração de emprego que o Brasil tem na indústria de Defesa. Teve a presença do presidente da Fiesp, Josué Alencar, e de outros cinco empresários, todos propondo soluções para que coloquemos recursos na indústria de defesa brasileira. Um investimento a curtíssimo prazo, com benefícios a curtíssimo prazo”, disse José Múcio.


Novo comandante

Quem o substitui é o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, atual comandante militar do Sudeste. Paiva, ex-chefe de gabinete do ex-comandante Eduardo Villas Bôas, fez um discurso no dia 18 de janeiro defendendo o respeito ao resultado das urnas.

Enfático, afirmou que o Brasil enfrenta um “terremoto político” e que esta crise tenta “matar a coesão, hierarquia, disciplina e profissionalismo” do Exército e o “respeito e o orgulho que temos de vestir essa farda”.

Também é o regime do povo. Alternância de poder. É o voto, e quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa. Tem que respeitar. É essa a convicção que a gente tem que ter, mesmo que a gente não goste. Nem sempre a gente gosta, nem sempre é o que a gente queria. Não interessa. Esse é o papel da instituição de Estado, da instituição que respeita os valores da pátria. Somos Estado.

Enzo Menezes é chefe de reportagem do portal da Itatiaia desde 2022. Mestrando em Comunicação Social na UFMG, fez pós-graduação na Escola do Legislativo da ALMG e jornalismo na Fumec. Foi produtor e coordenador de produção da Record e repórter do R7 e de O Tempo