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Governo não vê má conduta de ministra acusada de ligação com miliciano

Para chefe da Casa Civil, Rui Costa, assunto não está na “agenda” do governo; ‘Não há maiores preocupações’, segundo ministro

Daniela do Waguinho tirou foto com miliciano Jura, preso por homicídio, na campanha de 2018

O chefe da Casa Civil do governo Lula, ministro Rui Costa (PT-BRA), descartou que o governo federal cogita substituir a ministra do Turismo, Daniela do Waguinho (União Brasil), acusada de manter ligações com um miliciano preso no Rio de Janeiro.

Em entrevista à CNN Brasil na tarde desta quinta-feira (5), Costa afirmou que isso não está na agenda do governo e que não há, por parte da ministra, algum ato que caracterize “má conduta”.

“Isso não está na agenda. As fotos por si só não constituem nenhum ato que caracterize má conduta da ministra. Em uma campanha eleitoral, muitas vezes, você tira fotos com muitas pessoas, muitas vezes com quem nunca viu na vida. Neste momento, não há nada relevante que justifique maiores preocupações em relação a ministra”, afirmou.

Rui Costa afirmou que a preocupação do governo é retomar programas como o Minha Casa, Minha Vida, e obras de escolas e creches que foram paralisadas no último governo.

Ligação com miliciano

As denúncias envolvendo uma suposta ligação da ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil), com milicianos do Rio de Janeiro, criaram a primeira crise do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na quarta-feira (4), vários ministros ligados ao Palácio do Planalto atuaram para minimizar o problema e bancaram, pelo menos por enquanto, a indicação de Daniela.

Eleita deputada federal no ano passado, para seu segundo mandato na Câmara dos Deputados, Daniela Carneiro é conhecida como Daniela do Waguinho, em referência ao seu marido, o prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro (União Brasil). Ela foi convidada para assumir a pasta do Turismo na última semana do ano, após negociações do partido com a equipe de Lula.

Parte das acusações tratam de uma denúncia feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, em novembro de 2018, que cita a transferência de um carro para a irmã da ministra como contrapartida por benefícios concedidos a um grupo de empresários.

Segundo o MP, o empresário Jorge Luiz dos Santos Santana comprou um veículo Corolla e transferiu para a irmã de Daniela, Djelany Mote de Souza Machado. A transferência seria uma contrapartida por contratos firmados com a prefeitura de Belford Roxo. Daniela é citada no caso, mas não é alvo da denúncia. O caso é analisado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.