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‘Farra eleitoral’ de Bolsonaro custou caro ao país, diz Fernando Haddad

Próximo ministro da Fazenda criticou medidas econômicas ‘equivocadas’ do atual governo para tentar ganhar eleições

Fernando Haddad é um dos nomes definidos para o governo eleito

Nomeado ministro da Fazenda do governo eleito, Fernando Haddad (PT), criticou as medidas adotadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) nos meses que antecederam as eleições presidenciais deste ano. De acordo com o petista, uma série de medidas “eleitoreiras” foram tomadas com aval do Ministério da Economia de Paulo Guedes e que custarão caro ao país.

“Temos problemas criados esse ano para corrigir. Uma série de medidas que alcançaram centenas de milhões de reais, sem cálculo de impacto, açodadas, sem desenho adequado, programas feitos sem nenhum critério”, criticou Haddad, que deu a primeira entrevista coletiva desde que foi nomeado como futuro ministro da Fazenda do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.

Haddad citou o exemplo do INSS que, segundo ele, teve uma série de filtros retirados nos últimos meses para que o número de beneficiários fosse aumentado.

“Filtros foram retirados de programas sociais, como o INSS, para acabar artificialmente com a fila. Aí você infla seu cadastro e coloca R$ 17 bilhões na conta de uma única rubrica, e por aí vai. Essa é a real”, disse Haddad.

Novos nomes

Durante a entrevista coletiva feita na sede do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), Fernando Haddad confirmou as duas primeiras indicações para compor o novo ministério da Fazenda, que será desmembrado do atual ministério da Economia - as pastas do Planejamento, Orçamento e Gestão e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior também serão recriadas.

O economista Gabriel Galípolo será o secretário-executivo da Fazenda, o equivalente ao número 2 da pasta. Ele já foi presidente do Banco Fator e se aproximou de Haddad no último ano.

“Temos visões de mundo em comum”, revelou o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo.

Outro nome anunciado por Haddad é do também economista Bernard Appy, que ocupará um cargo de secretário especial para a Reforma Tributária.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.