Em Brasília, secretário de Infraestrutura busca apoio da equipe de transição para concessão do metrô de BH

O secretário de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais, Fernando Marcato, desembarcou na manhã desta terça-feira (29) em Brasília para se reunir com representantes da equipe de transição do governo Lula para discutir os projetos de concessão do metrô de Belo Horizonte e do Ceasa-MG.

Marcato vai se reunir com o secretário do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), Bruno Westin, com o senador Alexandre da Silveira (PSD), que integra a área de infraestrutura da equipe de transição, e deve se reunir com o ministro Antonio Anastasia, do Tribunal de Contas da União (TCU).

“O objetivo em todas as reuniões será discutir o tema do metrô de BH e da nova Ceasa. Com o senador Alexandre Silveira vou apresentar as propostas e ações da área da infraestrutura do governo de Minas que são feitas em parceria com o governo federal. A intenção é dar continuidade às ações prioritárias para o estado”, afirmou Marcato ao desembarcar na capital federal.

O secretário considera fundamental que o processo de concessão do metrô da capital mineira, que tem leilão marcado para dia 22 de dezembro, tenha continuidade e receba o apoio do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Marcato diz que o adiamento ou cancelamento da concessão vai retirar os R$ 2,8 bilhões em investimentos que já estão previstos para a tão esperada obra.

O projeto prevê o investimento de R$ 2,8 bilhões do governo federal na ampliação da linha 1 (entre o Eldorado e a Vilarinho) e na construção da linha 2 (que vai ligar a estação do Calafate à região do Barreiro). O estado entrará com outros R$ 428 milhões, recurso do acordo de reparação da Vale pela tragédia de Brumadinho.

Críticas ao projeto

O projeto de concessão do metrô, no entanto, vem sendo criticado por deputados petistas e pelo senador Alexandre Silveira, que é cotado para assumir um ministério no governo Lula. Na semana passada , o Tribunal de Contas do Estado (TCE), em decisão do conselheiro Durval Ângelo, recomendou a paralisação do processo de privatização do metrô de Belo Horizonte, acatando pedido feito pelos deputados Rogério Correira (PT) e Beatriz Cerqueira (PT).

Em representação feita junto ao TCE, os deputados petistas apontam suposta prática de irregularidades pelo Governo de Minas e suposto desvio de finalidade de R$428 milhões relativos a verba indenizatória que foi recebida pelo estado em decorrência de um termo judicial celebrado com a Vale S.A.

Risco de perder verbas

As críticas ao projeto de concessão do metrô levantaram preocupação do secretário Fernando Marcato e também de outros parlamentares mineiros, que temem que Minas possa ficar sem os recursos que já estão previstos para a obra.

O senador Carlos Viana (PL) lamentou a movimentação contrária ao projeto por parte dos petistas. “ Nós corremos um seríssimo risco de perder as verbas do metrô, de perder R$ 2,8 bilhões que estão separados para a obra do metrô de Belo Horizonte. É um risco muito sério. O leilão está marcado para dia 22 de dezembro, mas já há uma preocupação de que não apareçam interessados. Porque o contrato tem que ser assinado entre 2 de fevereiro e 2 de março do ano que vem. Com a mudança de governo há uma dificuldade em aceitar essa concessão. E se essa concessão for cancelada, vamos voltar à estaca zero”, alertou Viana.