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Seis dúvidas sobre o compartilhamento de senhas na Netflix

Serviço vai cobrar R$12,90 a cada usuário extra no Brasil

Netflix impõe cobrança para usuários que não estejam na mesma residência que o assinante

Se você está confuso com a nova cobrança da Netflix, não está sozinho. Desde que a empresa anunciou a cobrança pelo compartilhamento de senhas no Brasil, na terça-feira (23), houve muitas críticas, reclamações e, claro, dúvidas entre os usuários.

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A novidade foi revelada no Twitter do serviço. “Sua conta Netflix é para você e para as pessoas que moram com você. Agora, é possível gerenciar como esses acessos são usados com as novas ferramentas que estão chegando por aqui — e sim, você pode assistir normalmente quando estiver fora ou viajando”, diz a publicação. "É possível compartilhar sua conta Netflix com alguém que não mora com você por R$12,90/mês por assinante extra.”

A empresa já anunciava a medida há algum tempo, mas ainda não havia data prevista para o início da aplicação da nova regra no Brasil. Na América Latina, países como Argentina, Chile e Peru já haviam recebido a norma. Em abril, a Netflix informou que os testes realizados em algumas localidades haviam sido satisfatórios e a prática seria levada a outros mercados.

Veja, a seguir, o que muda se você compartilha sua conta com alguém ou se usa a senha de outra pessoa.

1 – Com quem posso compartilhar a senha da Netflix?

Até agora, a senha poderia ser cedida a qualquer pessoa — a única limitação era a quantidade máxima de telas ligadas simultaneamente. Assim, no plano Premium (o mais caro, que custa R$ 55,90), por exemplo, quatro dispositivos poderiam usar o serviço ao mesmo tempo. Nas opções mais baratas, a restrição era maior.

Essas regras serão mantidas, mas a Netflix vai controlar onde estão os dispositivos que acessam a conta — e todos eles devem estar na mesma casa. Vai ser necessário, então, definir a “localização principal” do perfil — a casa a que a conta está associada. Uma conta Premium, então, pode continuar a ser usada por integrantes de uma família que morem juntos.

Para usar a assinatura regularmente em outras localidades, no entanto, será preciso adquirir pontos extras. O plano Padrão tem limite de um assinante extra e a opção Premium pode ter dois assinantes extras. Já as opções Padrão com anúncios e Básico não podem incluir assinantes extras.

2 – Quanto vai custar o compartilhamento de senha?

O acesso para assinante extra vai custar R$ 12,90 mensais (cada um). Apenas os planos Padrão e Premium podem incluir esses convidados: com um e dois adicionais, respectivamente.

Se não quiser pagar a taxa, é possível transferir o perfil para uma nova conta. Assim, o usuário terá seu próprio acesso ao serviço e pagará por uma assinatura ele mesmo. Existem quatro opções de planos no Brasil, com mensalidades que vão de R$ 18,90 a R$ 55,90.

3 – Como as novas regras vão ser implementadas?

A Netflix pode rastrear endereços IP, IDs de aparelhos e atividade da conta para determinar se um aparelho está na localização principal. Se for necessário confirmar a localização de um equipamento, o titular da conta vai receber um código de verificação por e-mail ou no celular para que seja inserido no dispositivo em 15 minutos — semelhante à autenticação de dois fatores de diferentes serviços.

Depois que o aparelho receber a informação, poderá ser usado para assistir à Netflix. Se o código expirar, será possível solicitar um novo. Isso não necessariamente libera o dispositivo para uso futuro e o processo de “verificação de dispositivo pode ser necessário periodicamente”.

4 – O que os usuários extras podem — ou não — fazer?

Assinantes extras podem:

  • assistir à Netflix em qualquer dispositivo, mas só em um dispositivo por vez;

  • fazer download de conteúdo, mas apenas em um telefone ou tablet por vez;

  • ter apenas um perfil;

  • ativar a conta no mesmo país do proprietário da conta.

Assinantes extras não podem:

  • criar perfis adicionais;

  • ativar a conta em país diferente da localização principal.

5 – Como assistir à Netflix quando estiver viajando?

A plataforma permite que o assinante use a assinatura onde quiser, mas, para isso, vai precisar verificar o dispositivo. Se isso ocorrer todos os meses, entretanto, é possível que o serviço identifique que não se trata de uma exceção e impeça o uso nessa localização.

6 – Por que a Netflix vai cobrar pelo compartilhamento de senhas?

O principal motivo é financeiro: em 2022, a plataforma perdeu 200 mil assinantes entre janeiro e março. Estimativas da companhia apontam que 100 milhões de usuários compartilham senhas em todo o mundo. Um relatório do Citibank avalia que isso custa à Netflix cerca de US$ 6 bilhões por ano. “De certa forma, precisamos ser pagos por eles”, disse Reed Hastings, fundador e agora ex-CEO do serviço, em um vídeo a investidores no ano passado.

Para contornar as perdas, a empresa aumentou o preço das mensalidades dos planos e criou a opção com anúncios (que, no Brasil, custa R$ 18,90). Isso não foi suficiente e, então, foi preciso combater o compartilhamento de senhas.