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Prévia da inflação sobe 0,18% em outubro com alta dos combustíveis

Alta no etanol e na gasolina impulsionou o grupo transportes, enquanto alimentação e bebidas seguem registrando queda nos preços

Redução de 4,9% no preço da gasolina anunciado pela Petrobras ainda não entrou na conta do IBGE

A prévia da inflação de outubro, registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), teve um avanço de 0,18% em um processo de desaceleração em relação à taxa registrada em setembro (0,48%). Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (24), abaixo dos 0,21% esperados pelo mercado.

Segundo o indicador, a alta foi influenciada pelo impacto do grupo dos Transportes, com alta de 0,41% e impacto de 0,08 ponto percentual (p.p) no índice geral. Outros 5 dos 9 grupos de produtos pesquisados tiveram alta no mês, com destaque para o vestuário (0,45%); despesas pessoais (0,42%); saúde e cuidados pessoais (0,24%); e habitação (0,16%).

No acumulado do ano, o IPCA-15 registrou alta de 3,94%. Nos últimos 12 meses, a variação foi de 4,94%, abaixo dos 5,32% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. No mesmo mês do ano passado, a taxa havia sido de 0,54%.

O principal fator responsável pelo avanço nos transportes foi a alta no preço dos combustíveis. No mês, o etanol subiu 3,09%, enquanto a gasolina teve um avanço de 0,99%. “Cabe ressaltar que o desconto de 4,9% na gasolina feito pela Petrobras ainda não foi capturado pelo IPCA-15 de outubro, mas irá impactar o IPCA cheio”, explicou André Valério, economista sênior do Inter.

Segundo o economista, o resultado do IPCA-15 reafirma a tendência de desinflação da economia brasileira, com a expectativa de manutenção dessa tendência para o restante do ano. O cenário reforça a expectativa de queda na taxa básica de juros, a Selic, pelo Comitê de Política Monetária (Copom), no início de 2026

“Com menores pressões nos combustíveis e energia, enquanto o aperto monetário deve contribuir para manter a inflação de serviços e núcleos em queda. Ainda assim, esperamos que o IPCA encerre 2025 com alta acumulada de 4,70% e que o Copom só inicie o ciclo de cortes em janeiro”, ressaltou Valério

Alimentos seguem em queda

O IPCA-15 revela que o preço dos alimentos segue em queda. Segundo o IBGE, o grupo Alimentação e bebidas registrou uma deflação de 0,02%. A alimentação em domicílio registrou uma queda de 0,10%, após recuar 0,63% em setembro.

O resultado se deve a queda no preço da cebola, a -7,65%, do ovo de galinha (-3,01%), do arroz (-1,37%) e do leite longa vida (-1,00%). No lado das altas, destacam-se o óleo de soja (4,25%) e as frutas, que subiram, em média, 2,07%.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.