Bolsa sobe e recupera o patamar dos 162 mil pontos com aposta no corte da Selic

Dados da ‘prévia do PIB’ indicando uma queda na atividade econômica brasileira aumentam as apostas para um corte na taxa de juros

Ibovespa fechou o dia com uma alta de 1,07%

O Índice Bovespa (Ibovespa) fechou a segunda-feira (15) com uma alta de 1,07%, aos 162.481,74 pontos, refletindo o otimismo dos investidores com um corte na taxa básica de juros, a Selic, em breve. Durante o dia, o indicador oscilou entre 163 mil pontos na máxima e 160 mil na mínima. O volume total negociado na bolsa brasileira (B3) durante o pregão foi de R$ 23,9 bilhões.

A principal notícia do dia foi a queda na economia brasileira, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado pela manhã. Os dados mostram uma retração de 0,2% em outubro, o segundo mês seguido de queda no que é considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo o economista sênior do Banco Inter, André Valério, o indicador foi influenciado por setores mais sensíveis a política monetária restritiva de juros a 15% ao ano, em especial a Indústria, que recuou 0,7%, e o setor de serviços (-0,2%). A queda no IBC-Br foi uma surpresa para o mercado, que esperava uma alta de 0,1%.

De acordo com o economista, o cenário aponta para uma desaceleração já consolidada da atividade econômica, ainda que não indique uma recessão no futuro. “Essa deterioração, combinada à desinflação recente, reforça nossa expectativa de início dos cortes da Selic no primeiro trimestre, em especial na reunião de janeiro”, completou.

Dólar volta a subir

Apesar do bom momento da bolsa brasileira, o câmbio voltou a se valorizar frente ao real nesta segunda-feira, com uma aversão ao risco no exterior. O dólar subiu 0,23% no pregão, a R$ 5,42. A moeda passou boa parte do dia beirando a estabilidade, com a desvalorização sendo limitada pelo fluxo de saída típico no ano.

No exterior, os investidores aguardam a divulgação do relatório de emprego da economia americana nesta terça-feira (16). Os dados funcionam como base do Federal Reserve (Fed) para definir a taxa básica de juros nos Estados Unidos, que já promoveu três cortes de 0,25 ponto percentual no ano com base em um mercado de trabalho fraco.

“Com o Fed cada vez mais focado no desempenho do mercado de trabalho, a expectativa de um mercado ainda frágil em novembro levou a um recuo nas taxas de juros americanas, favorecendo uma desvalorização do dólar calcado na expectativa de que o Fed poderá continuar a cortar juros em 2026. Por aqui, no entanto, esse movimento é limitado pelo fluxo de saída de dólares típico dessa época do ano, o que tem contribuído para manter o câmbio rondando o patamar de R$5,40”, completou André Valério.

Leia também

Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

Ouvindo...