Para tentar recuperar parte da arrecadação que foi perdida com a derrubada da MP do IOF, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad busca um acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para votar ainda nesta semana
“O presidente Hugo me ligou várias vezes e disse que dois ou três parlamentares estariam disponíveis para incorporar a parte incontroversa da MP, que responde por cerca de 60% do problema que precisamos resolver até o fim do ano”, disse Haddad nesta terça-feira (28), na chegada ao Ministério da Fazenda.
O ministro afirmou que o governo pretende reapresentar pontos da MP derrubada, como a limitação de compensações tributárias e a inclusão do programa Pé-de-Meia no piso da Educação, além de propor mudanças no seguro-defeso e no AtestMed.
Segundo estimativas preliminares da Fazenda,
Na frente da arrecadação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já confirmou que o governo vai retomar a proposta de tributação das fintechs e aumentar novamente a taxação sobre as bets, empresas de apostas online.
“Para nós, o importante é votar e dar segurança ao Orçamento de 2026, como fizemos nos dois últimos anos”, afirmou Haddad.
Estratégia de votação
Inicialmente, a votação da parte do pacote fiscal estava prevista para ocorrer como um
Agora, a estratégia do governo é aproveitar outro projeto com maior pertinência temática. Segundo Haddad, o mais cotado é o projeto do deputado Juscelino Filho, ex-ministro das Comunicações, que, na avaliação do presidente da Câmara, seria mais adequado para incorporar a parte “menos controversa” da Medida Provisória, responsável por 60% do ajuste fiscal que o governo pretende resolver até o fim do ano.
“O presidente Hugo me ligou várias vezes e disse que dois ou três parlamentares estariam disponíveis para incorporar essa parte da MP. Isso vai nos dar conforto para fechar o orçamento do ano que vem com tranquilidade, como fizemos nos dois anos anteriores”, afirmou Haddad.
A expectativa do governo é que, com essa manobra, seja possível votar rapidamente as medidas fiscais, garantindo maior segurança para o Orçamento de 2026.