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Desemprego renova mínima histórica a 5,6% em agosto, revela IBGE

Taxa de desocupação no trimestre encerrado em agosto repetiu o mesmo percentual em relação ao trimestre móvel anterior

Brasil tem cerca de 102,4 milhões de pessoas empregadas

A taxa de desemprego no trimestre encerrado em agosto repetiu a mínima histórica e chegou em 5,6%, em um período de estabilidade, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (30). O resultado representa um recuo de 0,6 ponto percentual (p.p) frente ao trimestre móvel anterior (6,2%), e de 1,0 p.p ante o mesmo período de 2024, quando a taxa foi de 6,6%.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua (PNAD), a população sem emprego é de 6,084 milhões, a menor da série histórica calculada pelo IBGE. No trimestre encerrado em maio, o resultado foi um recuo de 9%, cerca de menos 605 mil pessoas, e que de 14,6% no ano, cerca de menos 1 milhão de pessoas desempregadas.

O nível de empregados no setor privado também bateu recordes, crescendo 1,5% em mais de 768 mil no ano, chegando em um total de 52,6 milhões de trabalhadores. No setor público, o número de servidores cresceu 2,7% no ano, mais de 340 mil pessoas, atingindo 12,9 milhões de trabalhadores.

Segundo o analista da pesquisa, William Kratochwill, a queda na desocupação está relacionada com o setor de educação pública, com destaque para as contratações da pré-escola ao longo do primeiro semestre. “São trabalhadores sem carteira, com contratos de trabalho temporários”, disse.

Diferente do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o levantamento do IBGE considera também trabalhadores informais, sem carteira assinada. Ao todo, a população ocupada no país atingiu um recorde de 102,4 milhões de pessoas no trimestre, sendo 13,5 milhões de pessoas sem carteira assinada, 25,9 milhões trabalhando por conta própria.

Ocupação em serviço doméstico recua

A única atividade a registrar recuo nas duas comparações foi a de serviços domésticos, com trabalhadores identificando melhores oportunidades de trabalho no mercado. Em relação ao trimestre encerrado em maio, a queda foi de 3%, cerca de 174 mil trabalhadores a menos. Na comparação com o mesmo período de 2024, a queda foi de 3,2%, ou menos 187 mil pessoas.

Kratochwill observa que, em momentos de crise, as pessoas tendem a migrar para os serviços domésticos, mas o movimento agora é o inverso. “O que podemos estar presenciando é o movimento contrário, onde os trabalhadores identificam melhores oportunidades de trabalho, com melhores condições e rendimentos, e deixam os serviços domésticos”, avaliou.

Entre os setores que tiveram alta na taxa de ocupação, o destaque fica com Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais. Em relação ao trimestre anterior, houve um avanço de 1,7%, mais de 323 mil trabalhadores. Na comparação com o ano passado, o avanço foi de 4,2%, mais de 760 mil pessoas.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.