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Alckmin se diz otimista com uma redução da taxa básica de juros mais rápida

Vice-presidente destacou que a queda no dólar e no preço dos alimentos contribui para reduzir a pressão da inflação

Vice-presidente também sugeriu mudar o núcleo da inflação, excluindo o preço dos alimentos e da energia

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), está otimista com uma queda na taxa básica de juros, a Selic, em breve. Ele avaliou que o dólar e o preço dos alimentos, que influenciam negativamente a inflação, são problemas superados.

Alckmin ressaltou que o dólar, que chegou a R$ 6,20 no final do ano passado, está cotado a R$ 5,34, enquanto o preço dos alimentos está caindo de acordo com o recorde da safra. Segundo dados da prévia da inflação, calculado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), os alimentos tiveram uma deflação de 0,35% em setembro, acumulando uma queda de 0,94% nos últimos três meses.

“Estamos otimistas de que possamos ter uma redução da Selic mais rápida, porque no final do ano passado tivemos dois problemas com a inflação. (...) Esse ano a safra foi recorde, ela cresceu 16%, e está caindo o preço do arroz, tomate, cebola e feijão. Isso ajuda a derrubar a inflação. Vamos ter otimismo”, disse Alckmin em entrevista para a CBN.

O vice-presidente também sugeriu uma mudança no cálculo do núcleo da inflação como medida para reduzir os juros. Alckmin citou o exemplo dos Estados Unidos para alterar o índice de preços ao excluir os alimentos e a energia, em especial o petróleo.

“Alimento depende do clima, se o clima for ruim a safra vai cair e o preço subir, não adianta subir juros que não vai chover. Petróleo depende de guerra, geopolítica, não adianta subir juros porque só vai atrapalhar a economia. Acho que com o tempo, a gente deve analisar melhor a formação do núcleo da inflação no Brasil”, declarou.

Apesar das perspectivas otimistas do vice-presidente, o Comitê de Política Monetária (Copom) destacou na ata da última reunião que avalia manter a Selic em 15% ao ano por um período “bastante prolongado”. Com a inflação em 5,13% e longe da meta de 3%, a autoridade monetária não descartou retomar o ciclo de alta.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.