A origem do
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A pesquisa foi conduzida por uma equipe interdisciplinar do Equador, Canadá e França, e revelou que a cultura Mayo-Chinchipe, uma civilização amazônica pré-colombiana, foi a responsável pela domesticação inicial do cacau. Segundo os autores, a diversidade genética do cacau amazônico é única, com linhagens exclusivas que não são encontradas em outras regiões da América. Isso reforça a ideia de que o Equador foi o berço e centro de dispersão do cultivo.
“A localização precisa do achado em Palanda reforça a tese de que esta região foi um centro primário de domesticação do cacau, mais de mil anos antes dos registros mais antigos na Mesoamérica”, destaca o estudo. O modelo de dispersão sugerido contraria a narrativa dominante que atribuía a origem da cultura do cacau a civilizações como os maias e os olmecas.
Além da genética, os pesquisadores usaram modelagem ecológica para mostrar que o clima do sudeste equatoriano foi ideal para o cultivo do cacau desde o início do Holoceno. A combinação de dados paleoclimáticos, genéticos e arqueológicos permitiu reconstruir o processo de domesticação com robustez científica.
O estudo também destaca as implicações culturais e econômicas da descoberta. O Equador já é um dos principais produtores mundiais de cacau fino de aroma, e em 2024 exportou cerca de US$ 3,3 milhões do produto, segundo o Ministério do Turismo. A valorização de sistemas agroflorestais sustentáveis e a proteção das variedades nativas agora ganham novo significado histórico.