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Repelente com ação por mais de 100 dias? Entenda produto desenvolvido pela UFMG, que deve chegar ao mercado nos próximos meses

O produto, chamado de Repeltex, será levado ao mercado pela InnoVec, startup mineira fundada em 2023, em parceria com a UFMG

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveram um repelente que oferece proteção por até quatro meses.

O produto, chamado de Repeltex, será levado ao mercado pela InnoVec, startup mineira fundada em 2023, em parceria com a UFMG. Ele foi testado em revestimento de calçados com repelente e mostrou resultados superiores em testes realizados no Brasil e na Tanzânia, com proteção e ampla eficácia.

“Nosso objetivo é proteger não apenas a pessoa, mas também o ambiente doméstico de forma contínua e segura, evitando picadas de mosquitos e, consequentemente, reduzindo o risco de transmissão de doenças”, disse o sócio-fundador da InnoVec, Álvaro Elias.

Segundo a universidade, a solução da InnoVec oferece proteção prolongada, por meio da ‘impregnação em diversos tipos de tecidos com uma fórmula que libera automaticamente o princípio ativo repelente no ambiente por até quatro meses’.

O Repeltex é móvel, não tem cheiro, não requer eletricidade e pode ser aplicado em diversos tecidos. Ele é focado sobretudo em calçados repelentes.

O projeto para o desenvolvimento do tecido repelente foi realizado entre 2016 e 2019, na UFMG.

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“Inicialmente, foram conduzidos exaustivos experimentos de laboratório e de semicampo (situados entre a pesquisa em laboratório e aquela em campo aberto) para avaliar o princípio ativo como repelente e seu efeito na biologia e comportamento dos mosquitos. Posteriormente, foi selecionado material para impregnar o ingrediente ativo e para produção do protótipo em calçados. A matéria-prima escolhida foi um tecido à base de sisal, planta de fibra rígida, de baixo custo e fácil de encontrar no mercado. O sisal absorve o produto e o libera de forma controlada. O repelente é atóxico nas concentrações utilizadas”, explicava um comunicado da UFMG.

Após dois anos de testes, foram realizados experimentos de campo para avaliar os protótipos de calçados repelentes, um masculino e outro feminino. Dos 100 pares fabricados para as cidades BH e Porto Velho, na Rondônia, 50 foram tratados como repelente e 50 eram placebos. Os resultados mostraram que os calçados apresentam 74% de repelência para o Aedes aegypti - transmissor da dengue, chikungunya e zika - e 84% para o Anopheles darlingi - transmisor da malária.

Os voluntários atestaram a eficácia do produto e se disseram dispostos a comprar sapatos e acessórios impregnados. Após o teste, mais de 80% dos participantes continaram usando o produto e também o utilizaram em outros ambientes da casa.

O repelente pode reduzir gastos de consumidores com outros produtos comprados em farmácias, devido a sua alta durabilidade. O refil pode ser aplicado no calçado, renovando por mais quatro meses a proteção do produto.

Jornalista formada pela PUC Minas. Mineira, apaixonada por esportes, música e entretenimento. Antes da Itatiaia, passou pelo portal R7, da Record.