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1) Certas espécies de peixe
Chen começa apontando o consumo de grandes peixes de recifes tropicais, como barracuda, garoupa e xaréu. “Eles contêm uma neurotoxina chamada ciguatoxina, que se origina em algas de recifes de corais e se acumula em peixes predadores”, explica. O médico relata já ter visto casos da intoxicação, que pode provocar sintomas incomuns como sensação térmica invertida, formigamento, tontura e pesadelos recorrentes. “Não importa o quanto você cozinhe o peixe, isso não destrói a toxina”, afirma.
2) Carne de porco sem procedência
Outro alerta recai sobre carne de porco malcozida, especialmente de origem duvidosa. Chen ressalta o risco de neurocisticercose, uma infecção causada por ovos de tênias que podem se alojar no cérebro. “Pouca gente sabe, mas essa é uma das principais causas de epilepsia adquirida no mundo”, diz ele, destacando que o problema pode ocorrer inclusive em países desenvolvidos com saneamento precário.
3) Alimentos enlatados mal preservados
Por fim, o neurologista chama atenção para o consumo de alimentos enlatados em latas danificadas. Segundo ele, embalagens estufadas, rachadas ou muito amassadas podem conter a toxina botulínica. “A bactéria que a produz libera uma das neurotoxinas mais potentes que conhecemos. Mesmo pequenas quantidades podem provocar paralisia, visão turva, falência respiratória e, sem antídoto, levar à morte”, alerta. O mais preocupante, segundo ele, é que a toxina não tem cheiro nem gosto, e nem sempre é neutralizada pelo calor. A recomendação, nesses casos, é descartar o produto.