Um grupo de vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte protocolou cerca de 1.800 requerimentos para travar, de vez, a pauta da Casa. O movimento foi visto por interlocutores como uma retaliação à Prefeitura, que teria cancelado reuniões com parlamentares nos últimos dias.
Irlan Melo (Patriota), Cleiton Xavier (PMN), Ciro Pereira (PTB), Bráulio Lara (Novo) e Loíde Gonçalves (Podemos) registraram uma série de pedidos que prometem travar, de fato, os trabalhos da Câmara. A medida impacta diretamente a prefeitura - entre os projetos que ficam inviabilizados de serem votados, está a reforma administrativa, que pede a criação de três novas secretarias municipais e centenas de cargos na estrutura do município.
Com a pauta travada, somente vetos e leis orçamentárias ficam passíveis de serem analisadas pelo plenário da Casa.
O presidente da Câmara, Gabriel Azevedo (sem partido), é visto como um dos articuladores do travamento de pauta, embora não tenha assinado, até o momento, os requerimentos.
A ideia dos vereadores do grupo é que a pauta do plenário só volte a funcionar, sem os requerimentos, depois que eles sejam atendidos pelo Executivo.
Entre as proposições já protocoladas, estão a convocação de todos os secretários e subsecretários da prefeitura, espelhando o “Assembleia Fiscaliza”, realizado desde 2019 pela Assembleia Legislativa com as pastas do governo de Minas.
Também foram protocolados pedidos de detalhamento das promessas de campanha da chapa Alexandre Kalil-Fuad Noman, de 2020, para diversos órgãos da estrutura municipal.