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PBH e Guarda Municipal planejaram em sigilo total operação em manifestação na Raja

Agentes municipais não comunicaram à PM mineira e ao Estado; ideia é recolher tudo da administração municipal

A coluna apurou que os agentes municipais não comunicaram à PM mineira e ao Estado sobre a operação

Membros da Prefeitura de Belo Horizonte e da Guarda Municipal atuaram desde o início da noite desta quinta-feira (5), em sigilo, para planejar a operação da manhã desta sexta que pretende desmobilizar a estrutura de manifestantes que se concentram em frente ao Comando da 4ª Região, na avenida Raja Gabáglia, na região Centro-Sul da capital.

A coluna apurou que os agentes municipais não comunicaram à PM mineira e ao Estado sobre a operação, com o intuito de manter sigilo total e impedir que a informação vazasse e mais manifestantes se reunissem em maior número no local - além de evitar episódios mais violentos. Um dos temores era de que manifestantes mais radicais pudessem ir armados.

A ideia da operação é recolher tudo que está relacionado à administração municipal - como cones, placas de sinalização e banheiros públicos. As barracas com alimentos e bebidas, todas sem alvará, também serão desmontadas pela guarda.

Na quinta-feira (5), um profissional do jornal “Hoje em Dia” cobria o ato no acampamento quando foi perseguido e agredido por integrantes do movimento. De acordo com o jornal, o profissional foi jogado no chão, arrastado e agredido, além de ter tido a câmera roubada e as lentes destruídas.

Ele foi levado para o pronto-socorro do Hospital João XXIII, onde recebeu atendimento. De acordo com a atualização mais recente, o profissional passa bem. Ele registrou ocorrência.

Lucas Ragazzi é jornalista investigativo com foco em política. É colunista da Rádio Itatiaia. Integrou o Núcleo de Jornalismo Investigativo da TV Globo e tem passagem pelo jornal O Tempo, onde cobriu o Congresso Nacional e comandou a coluna Minas na Esplanada, direto de Brasília. É autor do livro-reportagem “Brumadinho: a engenharia de um crime”.