A meta climática da Organização das Nações Unidas (ONU) de reduzir as emissões de carbono pela metade até 2030 para limitar o aquecimento global a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais deve ser revista na próxima Conferência do Clima. A COP28, em Dubai, será realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro. Para o deputado federal mineiro Zé Silva (Solidariedade-MG), autor do Projeto de Lei que regulamenta o mercado de carbono no Brasil, o período de transição será revisto na próxima edição.
“Olha o mundo fez a pactuação que até 2030 não elevasse a temperatura acima de um grau e meio. Todo mundo viu que o mundo virou uma uma fornalha, né? Então, na minha visão, já é claro que essa meta já foi estourada [...] Na minha visão, lá vai ter um momento em que haverá um equilíbrio, não tanto a 2030, mas nem a 2.050. Eu acredito que, como bom mineiro, o meio termo , 2040, seria uma talvez um momento de flexibilizar”, afirmou o deputado.
Segundo ele, a proposta deve ser feita pelo anfitrião da próxima COP. “Bem, as conferências do clima, todas que eu participei, geralmente o país que é sede, ele coloca uma diretriz e a prioridade do debate [...] Eles vão tentar estender as metas foram pactuadas. Com isso, eles vão conseguir ter o produto deles, que é o petróleo, mais tempo do mercado sem ter as restrições que o mundo inteiro tá fazendo em relação às mudanças climáticas”, afirmou.
Ainda segundo o deputado, o Brasil pode se beneficiar com o isso porque ele avalia que os Emirados Árabes estão dispostos a pagar a compensação, ou seja, comprar créditos de carbono de países com matriz energética limpa, como o Brasil, que investe em energia hidrelétrica, eólica e em Etanol, por exemplo. " Eu acho que eles vão topar a financiar”, avalia.