O apagão no Brasil pode ter sido um atentado?

Após o 8 de janeiro, 11 estruturas de transmissão de energia elétrica foram atacadas no Brasil e quatro torres foram derrubadas. Caso a Abin encontre indícios de ataque político, o apagão poderá ser incluído nas investigações da CPMI

Linhas de Transmissão

Parte do Brasil ficou sem energia elétrica nesta terça-feira (15). O apagão ocorreu exatamente no dia em que o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estavam fora do país. Coincidentemente, os dois viajaram juntos para a posse do presidente do Paraguai, Santiago Penã. O pais vizinho é parceiro do Brasil, justamente, na produção de energia elétrica, já que as duas nações são sócias na usina hidrelétrica Binacional de Itaipu.

Em entrevista coletiva, o ministro de Minas e Energia disse que foram identificados problemas técnicos, em um evento “extremamente raro” e que para terem causado o impacto provocado é necessário que tenham ocorrido dois “incidentes” simultaneamente.

Segundo ele, a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foram acionadas para verificar se a causa foi “falha técnica, humana ou dolo”, ou seja, a possibilidade de ter sido proposital não está descartada.

Em janeiro, após os ataques do dia 8, o Brasil registrou 11 ocorrências contra estruturas de transmissão de energia segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os ataques foram em Rondônia (3), Paraná (4), São Paulo (3) e Mato Grosso (1). Quatro torres foram derrubadas.

Caso a Abin encontre indícios de atentado político, o apagão pode ser incluído no escopo da CPMI do 8 de janeiro, segundo fontes da coluna na Comissão Parlamentar de Inquérito.

Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.

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