A 15 dias do prazo final para apresentação do orçamento, o governo viu a areia da ampulheta descer mais rápido, depois da declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Ao dizer, durante entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, que a Câmara não pode usar o excesso de poder que tem para “humilhar” o Senado e o Executivo, o ministro azedou o clima que vinha se mantendo ótimo.
A derrapada de Haddad custou caro para o governo. A reunião de técnicos da Fazenda com líderes da Câmara dos Deputados foi adiada em uma semana, da segunda passada (14) para a próxima (21).
O governo corre contra o tempo pra tentar aprovar o arcabouço antes do prazo final para envio da Lei Orçamentária Anual (LOA) que precisa ser enviada até o dia 31. Para o executivo, é fundamental aprovar o Marco Fiscal antes de enviar o orçamento, já que o arcabouço altera as regras.
Para ficar dentro do prazo e garantir a aprovação, Lula vai se reunir com Lira para tentar fechar a reforma ministerial o quanto antes. Pode ser que o presidente ofereça uma pasta que ainda não foi criada, como a das Micro e Pequenas Empresas. A presidência da Caixa e o Ministério dos Esportes estão nada mesa de negociações desde a aprovação da Reforma Tributária na Câmara. Até o Ministério do Desenvolvimento Social entrou na roda.