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Acordo de Mariana: Zema defende ação inglesa de prefeitos contra mineradora, mas não vê chance de sucesso

O governador de Minas Gerais avaliou, no entanto, que com a resolução do caso no Brasil, as chances de uma condenação na Europa são menores

O governador Romeu Zema em entrevista à Edilene Lopes em Baku, no Azerbaijão

*Baku (Azerbaijão) – O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendeu nesta terça-feira (12) que os prefeitos que se sentiram prejudicados com a repactuação do acordo de Mariana sigam com a ação judicial na Inglaterra contra a mineradora BHP, que era sócia da Vale na empresa Samarco.

Pelos termos do acordo assinado em outubro, os recursos serão destinados apenas aos municípios afetados pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015.

“Eu fui favorável a contemplar todos os municípios mineiros, porque na época em que teve a tragédia da Samarco em Mariana, a arrecadação do Estado caiu e todos os municípios foram prejudicados via repasse de ICMS, via repasse do governo do Estado. Então, eu considero correto”, declarou Zema em entrevista à Itatiaia.

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Ele está em Baku, no Azerbaijão, onde participa da COP 29, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas.

O governador mineiro avaliou, no entanto, que não vê chances de um resultado favorável aos prefeitos na justiça inglesa, uma vez que já houve resolução para o caso no Brasil.

“Eu que sou leigo em questões jurídicas, vejo que uma ação já julgada no Brasil com certeza vai pesar para que uma ação lá fora não prospere, porque os réus vão alegar que já foram condenados, que já assinaram um acordo no Brasil. Mas se alguém vir que há essa oportunidade, que leve adiante”, defendeu.

Zema ressaltou ainda que apesar de o acordo não contemplar todos os municípios mineiros, os recursos beneficiarão o Estado com obras de infraestrutura e saúde, por exemplo, além da revitalização da bacia do Rio Doce.


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Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.
Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.

A opinião deste artigo é do articulista e não reflete, necessariamente, a posição da Itatiaia.