Ocorrerá em novembro próximo, a tão falada COP 30, ou seja, a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em Belém, entre os dias 10 e 21 de novembro.
Trazer o mundo para a floresta, é retirar essa reunião de Paris, de Glasgow ou Dubai, grandes capitais desenvolvidas para a “periferia do mundo”. Para que todos podem realmente sentir na pele os efeitos das altas temperaturas causadas pelo efeito estufa.
Até agora, 79 países já confirmaram a participação em Belém. Eram esperados a presença de 198 países, mas as acomodações e os custos com as mesmas não tiveram boa repercussão. E alguns países chegaram a sugerir a mudança de lugar, por causa do preço das acomodações, número limitado de leitos e até mesmo pela dificuldade de logística.
Entretanto, deixando pra lá esses percalços, a COP 30 é extremamente importante para todos nós. Primeiro por causa do lugar escolhido, a Amazônia, que tem sido palco de desmatamento, incêndios, mineração ilegal e outros danos ambientais.
Há estudos científicos que afirmam que se o desmatamento nessa região continuar nessa proporção, a floresta produzirá gases de efeito estufa e não conseguirá se recuperar desse triste evento, tornando-se o maior emissor de gases de efeito estufa do planeta.
Outra importância dessa COP seria que a mesma marca 20 anos da entrada em vigor do Protocolo de Kyoto e 10 anos do Acordo de Paris. De lá pra cá, o mundo tenta reduzir as emissões de gases de efeito estufa, a adaptação às mudanças climáticas, a usarem mais tecnologias limpas e agora a uma justiça climática.
Tanto Hannah Arendt quanto Hans Jonas, filósofos, afirmam que nossa liberdade mantém uma relação de estreita vinculação com nossa responsabilidade pelo mundo e pela Terra
Seria concebível a dignidade da pessoa humana diante de um estado de coisas insustentáveis?
As mudanças climáticas provocadas pelo homem aumentaram sensivelmente ocorrência de fenômenos extremos, sendo cada vez mais frequentes e intensas fortes chuvas, queimadas, inundações, secas, calor, poluição do ar, branqueamento de corais, perda de biodiversidade, contato com patógenos, acidificação, redução do oxigênio no oceano, degelo, desertificação, tempestades de granizo e neve.
Por isso, espera-se a presença dos povos indígenas e das comunidades locais, pessoas que mais sentem os efeitos dessas mudanças. Segundo o governo brasileiro, esses povos terão assento direto nas discussões, não ficando apenas como papel decorativo.
Na teoria, quem mais poluiu, países ricos e industrializados, deve contribuir mais com o financiamento climático e a mitigação de danos, que aqueles que menos poluíram, os países mais pobres e as comunidades tradicionais.
Esse financiamento climático foi prometido na COP 27 e espera-se que ele saia do papel e se torne realidade.
Em véspera de ano eleitoral, os políticos têm que entender que a pauta da justiça ambiental é extremamente importante, para a sobrevivência da população em geral e até mesmo deles, os políticos.