Nos últimos dez anos, o acesso à internet e a posse de aparelhos celulares cresceram significativamente entre
O levantamento também aponta aumentos expressivos em outras faixas etárias. Entre as crianças de 0 a 2 anos, o uso da internet saltou de 9% para 44%. Já entre aquelas de 3 a 5 anos, a proporção foi de 26% para 71%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (11), durante o evento do
“Esse dado precisa ser melhor investigado no futuro para a gente entender quais são os tipos de uso. A gente sabe que muitas vezes esse uso é para assistir programas ou conteúdos, não necessariamente é um uso muito ativo da internet. Mas isso já mostra que a tecnologia está presente nos domicílios para essa faixa etária”, explica o coordenador-geral de pesquisas do Cetic.br, Fábio Senne.
Mais celulares, menos computadores
O estudo também mostra que a posse de celular próprio cresceu em todas as faixas etárias. Entre crianças de 0 a 2 anos, o percentual subiu de 3% para 5%. Na faixa de 3 a 5 anos, aumentou de 6% para 20%, e entre 6 e 8 anos, de 18% para 36%.
Na contramão, o uso de computadores por crianças caiu no mesmo período. Em 2015, 26% das crianças de 3 a 5 anos e 39% das de 6 a 8 anos utilizavam esse tipo de equipamento. Em 2024, os percentuais caíram para 17% e 26%, respectivamente.
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Diferenças entre classes sociais
O acesso à internet e a posse de dispositivos variam conforme a classe social. Em 2024, entre as crianças de domicílios das classes AB, 45% das de 0 a 2 anos, 90% das de 3 a 5 anos e 97% das de 6 a 8 anos eram usuárias da internet. Na classe C, os percentuais foram de 47%, 77% e 88%, respectivamente. Já nas classes DE, os números ficaram em 40%, 60% e 69%.
A posse de celular também segue essa desigualdade. Entre crianças de 0 a 2 anos, 11% das que vivem em lares das classes AB tinham celular próprio, enquanto nas classes DE esse índice era de 4%. Na faixa de 3 a 5 anos, os números foram de 26% (AB) e 13% (DE), e entre 6 e 8 anos, 40% (AB), 42% (C) e 27% (DE).
Impactos da pandemia
O estudo aponta que a
“É interessante notar como a pandemia acabou provocando um novo patamar. Houve crescimento em todo o período (de dez anos), mas o crescimento entre pré e pós pandemia acabou colocando isso em um patamar acima, com crianças a partir dos 3 anos já tendo seu próprio dispositivo”, disse Senne.
A posse de celulares se manteve relativamente estável entre 2015 e 2019, com aumento mais expressivo a partir de 2021. Crianças de 3 a 5 anos, por exemplo, tinham 12% de posse de celular em 2019; esse número subiu para 19% em 2021. Entre as de 6 a 8 anos, o índice foi de 22% para 33% no mesmo período.
“Os celulares viraram dispositivos mais do dia a dia de crianças e adolescentes, principalmente naquele momento ali de restrição. E também o acesso à internet seguiu com um crescimento muito grande após a pandemia”, acrescentou o diretor.
A única exceção na tendência de crescimento, segundo Senne, foi o uso de computadores, que registrou queda tanto em computadores de mesa quanto em tablets e notebooks.
* Com informações da Agência Brasil
* Sob Supervisão de Lucas Borges