Pesquisadores a bordo do RV Falkor, navio de pesquisa oceanográfica, avistaram um porco-do mar a 2.836 metros de profundidade. Sempre que é visto ele chama a atenção dos cientistas pelo modo peculiar de vida. O animal marinho vive de energia química, sem a necessidade de luz solar para sobreviver.
Leia também:
‘Cocaína do Mar': peixe em extinção é cobiçado por traficantes ‘Porco-do-mar Barbie': expedição ao fundo do mar do Pacífico revela criaturas nunca vistas antes Caravelas-portuguesas assolam litoral brasileiro; saiba o que são e como tratar as queimaduras
Os profissionais estavam em busca de infiltrações frias, que são o que geram essa energia química para os animais com o mesmo modo de vida. Essas infiltrações são áreas no fundo do oceano onde hidrocarbonetos, como metano e sulfeto de hidrogênio, vazam lentamente para fora dos sedimentos. A busca pelas infiltrações durou mais de 12 horas.
As infiltrações localizadas durante a expedição estão na Fossa do Atacama, uma formação de 8 mil metros de profundidade que percorre toda a extensão do Peru e do Chile. A equipe também coletou mais de 70 espécimes, com muitas suspeitas de serem novas para a ciência, incluindo caracóis marinhos e anfípodes.
As descobertas ficarão na Universidade Arturo Prat Museo del Mar em Iquique e no Museu de História Nacional em Santiago, Chile. Estudar as infiltrações pode ajudar a obter informações sobre como a vida se desenvolveu na Terra e como essas estratégias de sobrevivência e condições químicas podem sustentar a vida em outros planetas.
*Sob supervisão de Marina Borges