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Caravelas-portuguesas assolam litoral brasileiro; saiba o que são e como tratar as queimaduras

A espécie semelhante a água-viva é conhecida pela toxicidade que causam queimaduras nos banhistas; urina não é indicada para tratamento

A espécie semelhante a água-viva é conhecida pela toxicidade que causam queimaduras dolorosas nos banhistas.

A presença de caravelas-portuguesas têm chamado a atenção em diversos pontos do litoral brasileiro neste verão, como em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A espécie semelhante a água-viva é conhecida pela toxicidade que causam queimaduras dolorosas nos banhistas.

Especialistas indicam que a maioria das queimaduras de caravela são leves e curam em alguns dias. Ao mesmo tempo, é importante seguir as medidas de primeiros socorros para aliviar a dor e prevenir complicações.

Ao contrário do que se pensa, usar urina humana para combater as queimaduras, como acontece em filmes e séries, não é indicado e pode inclusive piorar a situação.

São comuns casos de banhistas que precisam de atendimento médico após o contato com a caravela. Mas o cuidado médico só é indicado em casos em que os sintomas persistem. Entenda;

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“Bloom”

Ocorrências da espécie no Brasil não são inéditas e são frequentemente registradas nesta época do ano.

Segundo especialistas, caravelas podem ser vistas no litoral entre a primavera e o fim do verão, quando há maior possibilidade dos ventos transportá-las do alto-mar até a costa.

O aumento da temperatura da água também contribuiu para o aparecimento da espécie nas praias brasileiras e influencia a reprodução da espécie no verão.

O fenômeno que causa o aumento súbito da população desses animais é conhecido como “bloom”.

As caravelas têm uma parte superior formada por uma bolsa gelatinosa colorida (azulada ou roxa), que permite que elas flutuem na superfície da água e evite predadores que vivem no fundo do mar.

A “bexiga gasosa” deixa a espécie mais exposta no mar, em comparação às águas-vivas.

Ambas podem ser encontradas no litoral brasileiro. No entanto, as caravelas são mais adaptadas a águas tropicais do Norte e Nordeste, enquanto as águas vivas são mais comuns no Sul e Sudeste.

Dentre outros fatores, as caravelas-portuguesas são mais frequentemente encontradas no Brasil pela rápida reprodutividade, que contribui para o aumento da sua população. Já as águas-vivas têm um ciclo de reprodução mais lento.

Perigo

Ao longo do verão, é comum ver caravelas que podem facilmente ser identificadas na areia das praias brasileiras, mas não é recomendado ter nenhum tipo de contato direto com essa espécie.

As caravelas-portuguesas possuem tentáculos, que podem medir até 30 metros de comprimento e são capazes de injetar um tipo de peçonha tóxica como forma de proteção contra predadores.

Ao entrar em contato com a pele humana, a toxina pode gerar sensação de queimação na pele, dor, lesões, reações alérgicas, dentre outros.

A urina não deve ser usada para combater queimaduras de caravelas ou água-vivas, segundo especialistas.

Ao contrário do que se pensa, o xixi não contém propriedades que neutralizam a toxina e pode irritar a pele lesionada com sais, bactérias e outras substâncias.

Veja as formas mais indicadas de tratar a queimadura de uma caravela:

  • Saia da água imediatamente: Evite contato prolongado com a toxina.
  • Retire os tentáculos com cuidado: Utilize uma pinça ou cartão para remover os tentáculos, sem esfregar a área afetada.
  • Lave o local com água do mar: Utilize água do mar gelada para aliviar a dor e remover resíduos dos tentáculos. Evite água doce, refrigerante ou água de coco.
  • Aplique vinagre: Aplique vinagre de vinho branco (5%) por 30 minutos para neutralizar a toxina. Evite urina, álcool ou soluções de amônia.
  • Faça compressas frias: Utilize compressas frias (não geladas) para reduzir a dor e o inchaço.
  • Observe os sintomas: Procure por sinais de reação alérgica, como dificuldade para respirar, inchaço da face ou garganta, e procure atendimento médico imediato.

Alertas:

  • Não use pomadas ou cremes sem orientação médica.
  • Evite coçar a área afetada para prevenir infecções.
  • Mantenha a área limpa e seca.
  • Não esfregue a área afetada: Isso pode espalhar as toxinas e piorar a queimadura;
  • Não use água doce e álcool para limpar a ferida;
  • Beba bastante água para se manter hidratado.

Quando procurar atendimento médico?

  1. Em caso de queimaduras graves: Queimaduras extensas, com bolhas grandes ou que afetam áreas sensíveis como o rosto, olhos ou genitais.
  2. Reação alérgica: Dificuldade para respirar, inchaço da face ou garganta, tontura, náuseas ou vômitos.
  3. Dor intensa e persistente: Caso a dor não melhore após as medidas de primeiros socorros, procure um médico.
  4. Sinais de infecção: Febre, pus, vermelhidão, inchaço ou dor que aumentam com o tempo.

    *Com informações da CNN

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Formado em Jornalismo pela UFMG, com passagens pelo jornal Estado de Minas/Portal Uai. Hoje, é repórter multimídia da Itatiaia.