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Deportados: brasileiro que vivia há 22 anos nos EUA foi preso ao tentar regularizar green card

Entre os deportados, estão 55 homens e três mulheres; Minas Gerais é o estado que mais recebeu deportados neste ano, segundo Governo Federal

Aeroporto de Confins

Um grupo de 55 homens e três mulheres deportados dos Estados Unidos desembarcou no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na noite desta quarta-feira (17). A aeronave partiu do estado da Louisiana, na região do Golfo do México, em voo direto, marcando o 21º retorno de brasileiros desde o início do governo de Donald Trump.

De acordo com dados do governo federal, Minas Gerais é o estado que mais recebeu deportados neste ano, seguido por Rondônia, São Paulo, Espírito Santo e Goiás.

Entre os que retornaram está Eugênio Moura, de 44 anos, que passou 22 anos nos EUA. Ele relatou ter sido preso enquanto tentava regularizar sua situação nos EUA: “Na hora que fui colocar meus dedos no reconhecimento, a imigração chegou e me agarrou sem eu saber o que estava acontecendo”, disse. Segundo Moura, seus advogados continuam acompanhando o caso.

Carlos Alexandre de Moraes, de 23 anos, esteve nos EUA por quatro anos. Apesar de ter conseguido “trabalhar e juntar um pouco de dinheiro”, reconheceu que o retorno não estava planejado e alertou: “É um momento bem crítico para ir para os Estados Unidos”. Seu irmão, Emerson, celebrou o retorno: “Agora ele está em casa e não passará mais pelo que passou”.

Gustavo Henrique Marinho de Carvalho, de 23 anos, que morou nos EUA por sete anos, descreveu o país como “uma grande oportunidade” e detalhou como foi abordado por policiais: “Eu tinha terminado de trabalhar e acabou que eles me pegaram assim mesmo. Queriam nem saber, pegaram minhas coisas e me agarraram”, contou.

O gerente de projeto da operação, Paulo Víctor Rezende, afirmou que o objetivo é “dar dignidade para essas pessoas, para que possam chegar até suas famílias da melhor forma possível, sem violação de direitos humanos”. Ele ressaltou que ouvir e falar português e ter comida brasileira faz diferença no retorno ao país.

Segundo Rezende, o Ministério das Relações Exteriores mantém negociações com os EUA para aumentar a frequência de voos, reduzir o tempo de detenção e garantir que os deportados fiquem detidos pelo menor tempo possível, com as algemas sendo retiradas antes do desembarque ou do pouso.

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Apaixonado por rádio, sou um bom mineiro que gosta de uma boa conversa e de boas histórias. Além de acompanhar a movimentação do trânsito, atuo também na cobertura de vários assuntos na Itatiaia. Sou apresentador do programa ‘Chamada Geral’ na Itatiaia Ouro Preto.
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.