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Torta de frango: idosa que comeu salgado em BH morre após mais de um mês internada

Informação foi confirmada à Itatiaia nesta terça-feira (27); idosa tinha 75 anos e comeu torta junto com dois jovens que seguem internados

Dono da padaria diz que padeiro freelancer preparou a torta, no bairro Serrano, região da Pampulha.

A idosa de 75 anos, que comeu uma torta de frango, morreu nesta terça-feira (27), em Belo Horizonte. A informação foi confirmada à Itatiaia e, conforme familiares, “a família ainda não assimilou a notícia”. O caso veio à tona após a torta de frango ser comprada na noite do dia 21 de abril, na padaria Natália, no bairro Serrano, região da Pampulha, na capital mineira. Ainda não há informações sobre o velório e sepultamento.

Em entrevista à reportagem da Itatiaia no último dia 7 de maio, um familiar da vítima revelou que o quadro da idosa teria piorado. Na mesma data, o parente, que prefere não se identificar, disse ainda que a sobrinha da idosa, de 23, e o namorado da jovem, de 24, também continuam em estado delicado, com oscilações no estado de saúde. Os dois também comeram o salgado.

Vale lembrar que a padaria Natália estava funcionando sem alvará sanitário e também não tinha cadastro no sistema para iniciar o processo para liberação do documento. A informação foi confirmada em nota pela Prefeitura de Belo Horizonte. O estabelecimento foi interditado pela Vigilância Sanitária. O dono da Padaria Natália e o padeiro que fez a torta foram ouvidos e liberados.

SES-MG descarta suspeita de botulismo

Já no dia 23 de abril, a principal suspeita de levar os três parentes que ficaram internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após comerem a torta de frango, foi descartada. Os resultados para botulismo foram negativos, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

Conforme a pasta, amostras clínicas dos pacientes e dos alimentos suspeitos foram encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz (IAL), laboratório de referência nacional para botulismo. Com a negativa, outras possíveis causas de intoxicação estão sendo analisadas.

A SES solicitou ao IAL a realização de exames complementares para detecção de outras neurotoxinas (substâncias tóxicas que afetam o sistema nervoso, podendo causar danos ou alterações nas funções do cérebro, medula espinhal e nervos) e agentes relacionados.

“Caso o IAL não disponha das metodologias necessárias, o Ministério da Saúde já foi consultado quanto à possibilidade de encaminhamento das análises para outros centros de referência no país”, disse.

Entenda o caso da torta de frango

O padeiro que fez a torta de frango que deixou as três pessoas em estado grave revelou à Itatiaia o que pode ter ocorrido com o alimento. O trabalhador de 55 anos, que pediu para não ser identificado, nega que tenha envenenado o salgado e ressaltou não ter controle sobre o alimento depois do preparado.

A torta de frango foi comprada na noite de segunda-feira (21/4), na padaria Natália, no bairro Serrano, região da Pampulha de Belo Horizonte. “Acho que isso é uma bactéria alimentar, entendeu? De ter manuseado mal. Isso vai ser provado, porque não envenenei. Eu não coloquei veneno. E outra: lá dentro é cheio de câmera. É fácil (provar)”, disse.

No Boletim de Ocorrência (BO), o dono da padaria disse que as câmeras de segurança haviam sido danificadas em um incêndio recente. O padeiro contesta a informação. “Só tem uma câmera lá que queimou. Então, nenhuma câmera funciona?”, questiona.

O trabalhador revelou ainda os ingredientes usados na torta e disse que ele e toda família comemoram o salgado e ninguém passou mal.

“O processo da torta é farinha de trigo, manteiga, sal, ovo e leite na massa. E o recheio é cebola, água, um pouco de farinha para dar uma engrossada, e frango desfiado. E o frango foi cozido no dia”, garantiu, que completou. “Eu trouxe uma torta, tá anotado até no caderno lá. Minha família comeu, minha filha de 5 anos comeu, minha mulher comeu, minha sogra comeu, eu comi e ninguém passou mal. Não teve nada”, garantiu. “Eu tô rezando, porque não quero que eles morram. Só que estou com a minha consciência tranquila, porque eu não coloquei veneno nenhum”, acrescentou.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.
Cursou jornalismo no Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012 se mudou para a Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.
Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.