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Família de Juliana Marins denuncia atraso no transporte do corpo: “tragam Juliana pra casa!”

Brasileira foi encontrada sem vida na terça-feira (24), quatro dias após cair no Monte Rinjani, na Indonésia; corpo foi liberado na sexta (27)

O corpo de Juliana foi liberado na sexta-feira (27), após perícia e está no Hospital Bali Mandara aguardando o voo

A família de Juliana Marins, brasileira que morreu após uma queda no Monte Rinjani, na Indonésia, denunciou nas redes sociais, neste domingo (29), o atraso para transporte do corpo ao Brasil.

Segundo a família, a companhia aérea Emirates não estaria liberando o voo que trará Juliana. “Já estava tudo certo com o voo, já estava confirmado, mas a Emirates em Bali não quer trazer minha irmã pra casa. Do nada o bagageiro do voo ficou ‘lotado’”, disse a irmã na conta usada para compartilhar informações do caso.

“Pedimos que o descaso com Juliana acabe!”, desabafa a irmã Mariana.

A prefeitura de Niterói vai a custear o transporte do corpo ao Brasil. Antes, o jogador Alexandre Pato também se prontificou a ajudar a família.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contrariou o Itamaraty e também ofereceu apoio financeiro à família.

O corpo de Juliana foi liberado na sexta-feira (27), após perícia e está no Hospital Bali Mandara aguardando o voo.

Causa da morte

O laudo da autópsia de Juliana Marins, brasileira que morreu na Indonésia, apontou que ela sofreu traumatismo causado por impacto violento, o que provocou lesões internas graves e hemorragia significativa.

O legista estima que Juliana tenha morrido cerca de 20 minutos após a queda. Ainda assim disse ser difícil determinar a hora exata da morte devido a vários fatores, incluindo a transferência do corpo da Ilha de Lombok, onde se localiza o Monte Rinjani, para Bali.

Mais tarde, o legista também afirmou que Juliana faleceu entre 12 e 24 horas antes do exame ser realizado. O corpo foi encontrado na terça-feira (24) mas só foi retirado na quarta-feira (25).

Entenda a cronologia do caso:

Sexta-feira, 20 de junho (horário de Brasília)

Juliana estava no segundo dia de trilha, com cinco pessoas e um guia, no ponto mais alto do Monte Rinjani, que tem mais de 3 mil metros de altura. Era sábado (horário local) no horário local e a jovem caiu cerca de 300 m abaixo da trilha. A jovem foi reconhecida pela irmã por meio de imagens de drones de turistas que a localizaram. Ela estava com uma calça jeans, camiseta, luvas e tênis, porém não tinha um casaco e seus óculos (ela tem cinco graus de miopia).

Desde que soube do acidente, a família da jovem criou uma conta nas redes sociais onde fazia um apelo para que ela fosse encontrada. Um grupo de turistas encontrou os parentes dela nas redes sociais e começou a informá-los do que acontecia pelo WhatsApp.

Sábado, 21 de junho (horário de Brasília)

Socorristas chegaram ao local onde Juliana caiu por volta das 4h30 da manhã (14h30 do horário local). Eles tentaram oferecer água e comida, mas sem sucesso, e o resgate precisou ser pausado devido ao mau tempo e às condições ruins do terreno.

Domingo, 22 de junho (horário de Brasília)

Autoridades como a embaixada brasileira na Indonésia foram acionadas e o Governo Federal também monitorava o caso. As equipes chegaram a começar as buscas pela brasileira, mas logo pararam devido às condições climáticas do local. Havia muita neblina, o que impossibilitava o resgate.

Segunda-feira, 23 de junho (horário de Brasília)

O resgate foi retomado na segunda, com auxílio de drones térmicos. Segundo informações da organização do parque, ela foi vista por drones, a 500 m de profundidade, aparentemente sem sinais de movimento.

Mais tarde, as buscas foram retomadas e a equipe desceu 400 m, mas estavam a cerca de 650 m de distância da jovem. “Ela estava bem mais longe do que estimaram”, escreveu a família. Helicópteros estavam sobreaviso, mas não foram utilizados devido ao mau tempo.

Terça-feira, 24 de junho (horário de Brasília)

As buscas por Juliana foram retomadas, com a participação de alpinistas e uma equipe de quase cinquenta pessoas. A escuridão dificultou o acesso à jovem e foi preciso ser montado um acampamento, segundo a administração do parque. O local também foi fechado para evitar curiosos e focar totalmente no resgate de Juliana.

Por volta das 11h, a família fez um comunicado nas redes sociais informando a morte de Juliana. Socorristas chegaram ao local onde ela estava e a encontraram morta. O Itamaraty lamentou a morte da jovem. “O governo brasileiro transmite suas condolências aos familiares e amigos da turista brasileira pela imensa perda nesse trágico acidente”, publicou.

No entanto, o corpo só foi resgatado na quarta-feira (25).

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde