Após resgate do corpo de Juliana Marins, exames podem apontar causa da morte e quando ela ocorreu
Conforme o governo da Indonésia, corpo foi resgatado nesta quarta-feira (25), por socorristas voluntários; jovem caiu durante uma trilha em um vulcão no país, no último sábado (21)
A brasileira estava a 600 metros após cair sobre a trilha no Monte Rinjani, no último sábado (21). Seu corpo foi encontrado nessa terça-feira (24). A informação foi confirmada pelo chefe da Basarnas (Agência Nacional de Busca e Resgate), Marechal do Ar TNI Muhammad Syafi’i. “Após a entrega oficial do corpo pela Basarnas ao hospital, o processo de repatriação ou procedimentos posteriores ficarão a cargo das autoridades e da família”, disse Syafi’i a uma televisão indonésia.
Resgate aconteceu nesta quarta-feira (25), por socorristas voluntários.
O chefe do departamento de resgate detalhou, ainda, que os trabalhos começaram por volta das 12h20, horário local, e 1h40 da madrugada do Brasil.
Veja distância entre onde brasileira caiu e onde ela foi encontrada
A publicitária brasileira Juliana Marins, foi encontrada no entorno do vulcão Rinjani, na Indonésia, que tem mais de 3 mil metros de altura. A jovem fazia uma trilha no local, quando escorregou e caiu encosta abaixo.
A trilha dura três dias e Juliana já estava no segundo dia de percurso quando se acidentou. Ela estava acompanhada de cinco turistas e um guia, mas acabou sendo abandonada sozinha no local. Inicialmente, ela caiu cerca de 300 metros abaixo da trilha. A brasileira foi flagrada ainda com vida por um drone no mesmo dia.
Socorristas tentaram chegar até a brasileira, mas não conseguiram. As operações de regate precisaram ser interrompidas devido ao mau tempo na região. Na segunda-feira (23), outro drone conseguiu localizar Juliana, que não apresentava movimentos. Ela havia caído ainda mais e já estava a 400 metros abaixo da trilha.
Nesta terça, as equipes de resgate conseguiram chegar até a brasileira, mas perceberam que ela estava ainda mais longe que o previsto. Juliana estava a 600 metros abaixo do ponto onde havia sido flagrada um dia antes.
Juliana Marins
Pai de Juliana lamenta morte da filha
O pai de Juliana Marins lamentou a morte da filha em uma nova publicação nesta quarta-feira (25). Em uma rede social, ele postou: “Você sempre foi muito especial. Sapeca, inquieta, de sorriso lindo e uma imensa vontade de viver intensamente. Sempre preocupada comigo e com a Estela. Dizia que iria cuidar de nós na nossa velhice, embora eu lhe dissesse que isso não era necessário, que você deveria viver a sua vida”, detalhou ele.
“No início deste ano nos disse que faria esse mochilão agora enquanto era jovem e nós te apoiamos. Quando lhe perguntei se queria que lhe dessemos algum dinheiro para ajudar na viagem, você nos disse: jamais. E assim você viajou com seus próprios recursos que ganhou como fruto do seu trabalho. E como você estava feliz realizando esse sonho. E como nós ficamos felizes com a sua felicidade. Você se foi fazendo o que mais gostava e isso conforta um pouco o nosso coração”.
Pai de Juliana Marins lamentou a morte da filha em uma nova publicação nas redes sociais, nesta quarta-feira (25).
Entenda a cronologia do caso:
Sexta-feira, 20 de junho (horário de Brasília)
Juliana estava no segundo dia de trilha, com cinco pessoas e um guia, no ponto mais alto do Monte Rinjani, que tem mais de 3 mil metros de altura. Era sábado (21) no horário local e a jovem caiu cerca de 300 m abaixo da trilha A jovem foi reconhecida pela irmã por meio de imagens de drones de turistas que a localizaram. Ela estava com uma calça jeans, camiseta, luvas e tênis, porém, não tinha um casaco e seus óculos (ela tem cinco graus de miopia).
Desde que soube do acidente, a família da jovem criou uma conta nas redes sociais onde faziam apelo para que ela fosse encontrada. Um grupo de turistas encontrou a família dela pelas redes sociais e começou a informá-los do que acontecia pelo WhatsApp.
Sábado, 21 de junho (horário de Brasília)
Socorristas chegaram ao local onde Juliana caiu por volta das 4h30 da manhã (14h30 do horário local). Eles tentaram oferecer água e comida, mas sem sucesso, e o resgate precisou ser pausado devido ao mau tempo e às condições ruins do terreno.
Domingo, 22 de junho (horário de Brasília)
Autoridades como a embaixada brasileira na Indonésia foram acionadas e o Governo Federal também monitorava o caso. As equipes chegaram a começar as buscas pela brasileira, mas logo pararam devido às condições climáticas do local. Havia muita neblina, o que impossibilitava o resgate.
Segunda-feira, 23 de junho (horário de Brasília)
O resgate foi retomado na segunda, com auxílio de drones térmicos. Segundo informações da organização do parque, ela foi vista por drones, a 500 m de profundidade, aparentemente sem sinais de movimento.
Mais tarde, as buscas foram retomadas e a equipe desceu 400 m, mas estavam a cerca de 650 m de distância da jovem. “Ela estava bem mais longe do que estimaram”, escreveu a família. Helicópteros estavam sobreaviso, mas não foram utilizados devido ao mau tempo.
Terça-feira, 24 de junho (horário de Brasília)
As buscas por Juliana foram retomadas, com a participação de alpinistas e uma equipe de quase cinquenta pessoas. A escuridão dificultou o acesso à jovem e foi preciso ser montado um acampamento, segundo a administração do parque. O local também foi fechado para evitar curiosos e focar totalmente no resgate de Juliana.
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.