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Onça pintada: saiba como perícia vai revelar se caseiro foi engolido

A investigação inclui diversas análises para verificar se Jorge Ávalo foi parcialmente ingerido pelo animal

Imagens da rotina dos animais passarão por perícia

A trágica morte de Jorge Ávalo, de 60 anos, que atuava como caseiro, após ter sido atacado por uma onça-pintada em uma área remota conhecida como Touro Morto, no Mato Grosso do Sul, na última segunda-feira (21), levantou dúvidas sobre a possibilidade de o homem ter sido devorado pelo felino.

Para esclarecer essa questão, estão sendo realizados procedimentos como a coleta de amostras biológicas, incluindo fezes do animal, com o intuito de detectar vestígios de DNA da vítima.

O exemplar macho da onça-pintada foi capturado na madrugada de quinta-feira (24), na mesma fazenda onde o ataque aconteceu. As autoridades agora se concentram em exames periciais para entender com mais precisão o que ocorreu.

A investigação inclui diversas análises para verificar se Jorge Ávalo foi parcialmente ingerido pelo animal. A onça capturada foi encaminhada ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), localizado em Campo Grande, onde passa por avaliações veterinárias detalhadas.

Entre os procedimentos realizados, está a análise de fezes da onça, com o objetivo de identificar possíveis fragmentos genéticos do homem. A presença desse material poderia indicar que o felino se alimentou de partes do corpo da vítima.

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Contudo, os investigadores destacam que a detecção de vestígios humanos nas fezes do animal não comprova, por si só, que ele tenha sido o autor do ataque. Como o corpo foi encontrado em um local aberto, há a possibilidade de outros animais terem tido contato com os restos mortais.

Além da análise do material biológico, outras frentes de investigação estão em andamento. As gravações de câmeras de segurança da propriedade onde Jorge trabalhava foram encaminhadas para análise técnica. Esse conteúdo pode ajudar a reconstruir os acontecimentos e a movimentação da onça antes do ataque.

O animal capturado apresentava sinais de fraqueza e estava com o peso abaixo do ideal. Os exames visam identificar possíveis enfermidades ou carências nutricionais que possam ter influenciado seu comportamento. O felino está sendo monitorado no CRAS, onde será observado também seu comportamento, em busca de indícios de atitudes fora do comum.

Apesar da apreensão da onça nas proximidades do local onde o corpo foi encontrado e da existência de evidências como pegadas e imagens registradas por câmeras, a investigação permanece em curso para confirmar se este é realmente o animal responsável pelo ataque.

O episódio é considerado fora do padrão, pois onças-pintadas, em geral, evitam o contato com pessoas e não costumam enxergar seres humanos como presas. Uma das possibilidades levantadas é a de que o felino tenha se habituado à presença humana devido à prática de alimentar animais silvestres — atividade chamada de “ceva”, que é ilegal e considerada um risco ambiental.

*Com informações de CNN Brasil

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