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Especialista explica demissões em massa do Itaú e regras do trabalho remoto

Advogada trabalhista esclarece regras sobre demissões no home office; Itaú confirma cortes após revisão de condutas de funcionários

Banco Itaú

O Itaú Unibanco realizou desligamentos de funcionários, principalmente em regime de home office, após uma revisão de condutas relacionadas ao trabalho remoto e registro de jornada, nessa última segunda-feira (8), segundo nota do banco.

Segundo a advogada trabalhista Nayara Santos, graduada pela PUC Minas, especialista em consultorias preventivas e com 10 anos de atuação na área trabalhista, a empresa tem o chamado poder diretivo, que permite tomar decisões sobre organização, fiscalização e disciplina dos funcionários.

“Para dispensas sem justa causa, a empresa pode desligar empregados em trabalho remoto alegando baixa produtividade, sem apresentação de provas, desde que pague corretamente todos os direitos que são devidos”, explica Santos à Itatiaia.

A advogada ressalta, porém, que boas práticas recomendam que hajam políticas internas claras, feedbacks periódicos e oportunidade de melhoria.

“Já para a dispensa por justa causa, a comprovação da baixa produtividade é indispensável. A empresa precisa demonstrar histórico de desempenho, fornecer oportunidades de correção e aplicar advertências ou suspensões, conforme a gravidade”, afirma.

Monitoramento de produtividade em regime home office

Sobre o monitoramento de produtividade em home office, Santos explica que a lei garante o direito à privacidade do trabalhador.

A advogada também orienta que empresas definam metas e critérios claros para avaliar desempenho.

“Não há norma que obrigue a empresa a fazer isso, mas é uma boa prática, que evita abusos, promove segurança jurídica e aumenta a satisfação e a produtividade dos empregados”, completa.

Em quais casos os funcionários podem recorrer?

Em casos de desligamento, os trabalhadores podem recorrer à Justiça do Trabalho, especialmente se houver critérios subjetivos, invasão de privacidade ou ausência de regras claras.

“Uma gestão transparente e equilibrada entre performance e bem-estar do empregado é a chave para evitar conflitos e fortalecer a confiança na relação de trabalho”, conclui Santos.

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(Sob supervisão de Fabrício Lima)

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Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas