O namorado de Suyany Breschak, mulher que se denomina “Cigana Esmeralda” na internet, diz ter visto ela e a psicóloga Júlia Pimenta moendo os remédios usados para envenenar e matar o empresário Luiz Marcelo Ormond, com um brigadeirão envenenado, no Rio de Janeiro. A
“Eu vi a Júlia moendo remédio lá de cima da pia lá de casa. Entendeu? Esfarelando o remédio. Elas pegaram esses pozinhos do remédio que estava virando pó, colocavam tipo no saquinho de sacolé. Dava um nó, guardou”.
O corpo do empresário foi achado no sofá do apartamento em avançado estado de decomposição, no dia 20 de maio, após vizinhos sentirem cheiro ruim e acionarem o Corpo de Bombeiros. A psicóloga e Luiz Marcelo moravam juntos em um apartamento na Zona Norte do Rio de Janeiro desde abril de 2023, após se relacionarem entre 2013 e 2017.
A investigação da Polícia Civil aponta que a namorada dele colocou no brigadeiro cerca de 60 comprimidos diluídos do medicamento Dimorf, que tem morfina como base, além de comprimidos de clonazepan, um calmante. Um equipamento, que começou a funcionar aqui há oito meses, identificou as substâncias no corpo de Luiz Marcelo. Sem máquina, a polícia ressalta que investigação dificilmente caminharia com a rapidez necessária.
Ainda conforme o namorado da Cigana Esmeralda, Júlia enviou mensagem para Suyany. “Ela chegou a falar que a Julia mandou uma mensagem para ela [Suyany] assim: ‘eu vim aqui malhar e ele está lá mortinho”.
Entenda o crime
Luiz foi dado como desaparecido no dia 17 de maio.
- Leia ainda:
Brigadeirão envenenado: psicóloga fazia programa e temia que mãe descobrisse, diz cigana
A primeira imagem é do dia 17 de maio, dia da morte do empresário. Às 17h04, o casal aparece no elevador do prédio com duas cervejas e um prato em mãos. Os dois descem até a portaria e voltam 40 minutos depois. Às 17h46, o casal aparece novamente no elevador já sem as cervejas, mas ainda com o prato. Para a polícia, existe a possibilidade do prato conter o brigadeiro envenenado. Neste mesmo dia, Luiz Marcelo come o brigadeirão e morre.
O laudo da necrópsia não determinou a causa da morte. No entanto, os peritos identificaram uma pequena quantidade de líquido achocolatado no sistema digestivo. De acordo com o laudo, Luiz morreu três ou seis dias antes do corpo ser localizado. Com isso,
No dia 19, as câmeras do prédio filmaram Júlia dentro do elevador, vestida com uma roupa de academia. Às 10h53, ela volta para o apartamento sozinha e parece mandar um áudio ainda dentro do elevador. No dia seguinte, em 20 de maio, Júlia aparece deixando o prédio com uma mala.
Na fuga, a suspeita teria levado os pertences do empresário e o carro dele. Nesse tempo, ainda segundo a polícia, ela chegou a enviar mensagens pelo celular do empresário se passando por ele. No mesmo dia, após Júlia fugir,
Pertences do empresário foram vendidos
Durante as investigações, a polícia descobriu que o veículo da vítima foi levado para Cabo Frio, na Região dos Lagos, após supostamente ter sido vendido por uma quantia de R$ 75 mil. O homem que comprou o carro chegou a apresentar um documento escrito à mão, que ele disse ter sido assinado pelo empresário, transferindo o bem.
Com o mesmo homem que comprou o veículo foram encontrados o telefone celular e o computador do empresário. Ele foi preso em flagrante por receptação. A partir daí, os policiais chegaram à cigana Suyane Breschak que confessou ter ajudado a dar fim aos pertences de Luiz.
Contra Suyane, foi cumprido um mandado de prisão temporária por homicídio qualificado nessa quarta-feira (29). A Polícia Civil segue com as buscas pela namorada da vítima, principal suspeita de cometer o crime.
Suyany Breschak se apresentava como Cigana Esmeralda na internet e fazia sucesso nas redes sociais, em uma delas a mulher tinha quase 700 mil seguidores. Na descrição do seu perfil, ela dizia ser “cigana legítima de berço”.