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Suspeita de matar empresário usou água sanitária para disfarçar cheiro: ‘estava dando urubu’

Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, teria convivido três dias com cadáver em apartamento; mulher também teria coberto o corpo com lençóis para minimizar odor

Luiz Marcelo e Júlia Andrade no elevador no dia do desaparecimento. Empresário segura prato que investigadores indicam conter “brigadeirão” que o envenenou

Em depoimento à polícia, a cigana Suyany Breschak revelou como Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, suspeita de matar o namorado com um brigadeirão envenenado, fez para driblar o cheiro do corpo. Os investigadores acreditam que a mulher tenha convivido com o cadáver do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond por três dias. As informações foram reveladas pelo g1.

Suyany contou que a Júlia ligou para ela e disse que o empresário havia morrido. A suspeita teria dito que enrolou o corpo do namorado com lençóis e cobertores. Ela também teria ligado ventiladores para minimizar o cheiro. Um dia depois do crime, a suspeita teria ligado um ventilador na direção do sofá, onde o corpo estava, pois o apartamento estava fechado demais.

Júlia também teria lavado o apartamento com água sanitária, já que até urubus estariam aparecendo na janela.

Contra Suyany, foi cumprido um mandado de prisão temporária por homicídio qualificado nessa quarta-feira (29). A cigana é investigada por ajudar Júlia a desaparecer com os bens do empresário. A Polícia Civil segue com as buscas pela namorada da vítima, principal suspeita de cometer o crime.

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Entenda o crime

Luiz foi dado como desaparecido no dia 17 de maio. Câmeras de segurança flagraram Júlia e Luiz Marcelo no dia da morte do empresário. As imagens, gravadas pelas câmeras de monitoramento do prédio onde o casal morava, no bairro Engenho de Dentro, na Zona Norte da capital, flagraram a vítima com o doce em mãos, dentro do elevador.

A primeira imagem é do dia 17 de maio, dia da morte do empresário. Às 17h04, o casal aparece no elevador do prédio com duas cervejas e um prato em mãos. Os dois descem até a portaria e voltam 40 minutos depois. Às 17h46, o casal aparece novamente no elevador já sem as cervejas, mas ainda com o prato. Para a polícia, existe a possibilidade do prato conter o brigadeiro envenenado. Neste mesmo dia, Luiz Marcelo come o brigadeirão e morre.

O laudo da necrópsia não determinou a causa da morte. No entanto, os peritos identificaram uma pequena quantidade de líquido achocolatado no sistema digestivo. De acordo com o laudo, Luiz morreu três ou seis dias antes do corpo ser localizado. Com isso, a polícia acredita que Júlia chegou a dormir na mesma casa onde estava o cadáver durante todo o fim de semana dos dias 18 e 19 de maio.

No dia 19, as câmeras do prédio filmaram Júlia dentro do elevador, vestida com uma roupa de academia. Às 10h53, ela volta para o apartamento sozinha e parece mandar um áudio ainda dentro do elevador. No dia seguinte, em 20 de maio, Júlia aparece deixando o prédio com uma mala.

Na fuga, a suspeita teria levado os pertences do empresário e o carro dele. Nesse tempo, ainda segundo a polícia, ela chegou a enviar mensagens pelo celular do empresário se passando por ele. No mesmo dia, após Júlia fugir, o corpo do empresário foi encontrado no apartamento. Vizinhos chamaram a polícia após sentirem um cheiro forte no local. Júlia segue foragida.

Pertences do empresário foram vendidos

Durante as investigações, a polícia descobriu que o veículo da vítima foi levado para Cabo Frio, na Região dos Lagos, após supostamente ter sido vendido por uma quantia de R$ 75 mil. O homem que comprou o carro chegou a apresentar um documento escrito à mão, que ele disse ter sido assinado pelo empresário, transferindo o bem.

Com o mesmo homem que comprou o veículo foram encontrados o telefone celular e o computador do empresário. Ele foi preso em flagrante por receptação. A partir daí, os policiais chegaram à cigana Suyane Breschak que confessou ter ajudado a dar fim aos pertences de Luiz.

Contra Suyane, foi cumprido um mandado de prisão temporária por homicídio qualificado nessa quarta-feira (29). A Polícia Civil segue com as buscas pela namorada da vítima, principal suspeita de cometer o crime.

Suyany Breschak se apresentava como Cigana Esmeralda na internet e fazia sucesso nas redes sociais, em uma delas a mulher tinha quase 700 mil seguidores. Na descrição do seu perfil, ela dizia ser “cigana legítima de berço”. Suyany chegava a cobrar até R$ 1.000 para fazer uma “amarração do amor”. À polícia, a mulher disse que Júlia estaria devendo uma quantia a ela por isso a ajudou.


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.