Relembre três carros que reaproveitam nomes que foram fracassos

Falta de criatividade ou tentativa de resgatar uma ‘memória afetiva’? Em alguns casos, o nome escolhido não foi bem recebido no mercado

Apesar de a versão GT V8 ser desejada, Maverick foi um fracasso no mercado

Haja criatividade para batizar tanto carro, né? Ultimamente, parece que o marketing das montadoras “fritou os neurônios” e está reaproveitando alguns nomes que já “circularam” pelo mercado - alguns foram até fracassos de venda.

Vamos relembrar alguns nomes de carros que já foram utilizados no passado e reaproveitados no presente.

1. Chevrolet Sonic

Chevrolet Sonic foi um hatch vendido entre 2012 e 2014

A Chevrolet anunciou que o seu novo SUV compacto derivado do Onix será vendido como Sonic. O nome - que é o mesmo do porco-espinho azul dos videogames - já foi utilizado em um modelo compacto vendido no Brasil por dois anos. Na época, entre 2012 e 2014, foi vendido com opções de carroceria hatch e sedã inicialmente importado da Coreia do Sul e depois do México.

O modelo veio como uma tentativa da Chevrolet de fazer frente ao Ford Fiesta, mas tinha um desenho exótico, com farois e lanternas com projetores separados e com lentes individuais. O motor Ecotec 1.6 16v flex tinha bom desempenho, mas só era utilizado pelo Sonic, o que dificultava a manutenção, e pegou fama de beberrão, o que certamente contribuiu para ser um fracasso no mercado.

2. Ford Maverick

O Ford Maverick chegou ao Brasil em 1973 como uma aposta da Ford para competir com o Chevrolet Opala no segmento de carros médios. Inspirado no modelo norte-americano, o Maverick brasileiro foi inicialmente lançado com motores 2.3 de quatro cilindros e o potente V8 5.0, que conquistou os entusiastas por seu desempenho.

Com design arrojado e esportivo, o Maverick se destacou nas ruas e nas pistas, sendo inclusive utilizado em competições automobilísticas. Apesar do apelo visual e da força do V8, o modelo enfrentou críticas pelo consumo elevado de combustível e pelo desempenho modesto da versão 2.3. A ideia da Ford era encararar o Chevrolet Opala, que vendia cinco vezes mais.

O Maverick saiu de linha em 1979, seis anos após o lançamento, com pouco mais de 100 mil unidades produzidas.

Nome Maverick foi reaproveitado em uma picape

Em 2022, a Ford resolveu reviver o nome Maverick, mas em uma picape menor que a Ranger para competir com a Fiat Toro. As vendas patinaram, mas a marca deu novo impulso na linha neste ano, com o lançamento das novas versões Tremor, Black e Hybrid e um reposicionamento de preço que deixou a caminhonete mais competitiva.

3. Jeep Compass

Primeira geração do Jeep Compass pecava pelas linhas com pouca harmonia

Pouca gente se lembra, mas antes de fabricar o Jeep Compass no Brasil, a marca norte-americana, quando ainda era parte da Fiat Chrysler trouxe o modelo importado para o nosso mercado, em 2013. O SUV sofria com linhas pouco harmoniosas e uma plataforma de origem Mitsubishi - sim, uma verdadeira “salada mista”. O motor era um 2.0 de 153 cv e o câmbio era do tipo CVT. Pouco mais de 3.000 unidades foram vendidos em três anos.

Em 2016, o Compass ganhou uma nova geração que passou a ser produzido na fábrica da Stellantis em Goiana (PE) e, esta sim, virou um sucesso de vendas.

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Felipe Boutros sempre foi fã de carros: cresceu lendo as revistas do gênero e fez jornalismo para atuar no setor - no qual está há 20 anos. Cobriu os principais salões do automóvel do mundo. Trabalhou nos jornais O Tempo, Hoje em Dia e, hoje, é editor-chefe no AutoPapo. Na Itatiaia, colabora com a seção Auto!

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